Caso do brigadeirão: Ex-marido de mulher que se diz cigana será ouvido pela polícia

Segundo o advogado da mulher, há um processo em segredo de Justiça contra o homem

Por O GLOBO — Rio de Janeiro


Orlando Ianovich Neto Reprodução

O ex-marido de Suyany Breschak, Orlando Ianovich Neto, será ouvido pela polícia nesta segunda-feira. Segundo Etevaldo Tedeschi, advogado da mulher, há um processo em segredo de Justiça contra o homem. Suyany também já registrou ocorrência de violência doméstica contra ele no passado. Ela está presa desde a última quarta-feira, suspeita de ser cúmplice de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, namorada de Luiz Marcelo e principal suspeita do assassinato, com veneno num brigadeirão.

O delegado Marcos Buss, titular da 25ªDP (Engenho Novo) disse que há indícios de que Suyany Breschak, presa por suspeita de participar do assassinato do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, tinha conhecimento “antes, durante e depois” da execução do crime.

Segundo o delegado, a mulher, que se apresenta como “cigana”, é uma “espécie de mentora espiritual” de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, namorada de Luiz Marcelo e principal suspeita do assassinato, ainda foragida.

À polícia, Suyany contou que Júlia é uma cliente antiga, a quem fazia trabalhos de limpeza, descarrego e banhos. A “cigana” aguardava o pagamento de uma dívida de R$ 600 mil de Júlia, que já havia quitado R$ 200 mil.

O delegado afirmou que Suyany foi a destinatária de todos os bens furtados e roubados de Luiz Marcelo, que inclui um carro avaliado em R$ 75 mil, entregue por Júlia à suposta cigana após o crime.

O advogado que defende Suyany, Etevaldo Tedeschi, afirmou que a cliente acredita que o carro foi um presente de Luiz Marcelo à Júlia.

— Se ela (Suyany) soubesse que o carro não era um presente, jamais o teria aceitado como parte do pagamento

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Relembre o caso

Luiz Marcelo Antônio Ormond foi visto pela última vez em 17 de maio. Ele aparece, ao lado de Júlia Andrade, em filmagens de câmeras de segurança do elevador do prédio onde morava com ela, no Engenho Novo, Zona Norte. O corpo foi encontrado três dias depois, sentado sob um sofá e já em "avançado estado de putrefação".

A polícia suspeita que ela tenha envenenado o namorado com um brigadeirão, fato narrado por Suyany em depoimento. A suposta cigana disse que Júlia admitiu a ela ter matado Luiz Marcelo com a sobremesa, que tinha mais de 60 comprimidos de um potente analgésico a base de morfina.

"Não to mais aguentando esse porco, esse nojento" teria dito Júlia à Suyany. No dia 18, a suspeita foi a Araruama entregar a ela o carro de Luiz Marcelo, avaliado em R$ 75 mil, que seria usado para quitar uma parte da dívida de R$ 400 mil.

"Ela (Júlia) me falou: esse carro era dele (Luiz Marcelo). Ele me deu. Eu tô te dando ele por setenta e cinco mil pra ir descontando da nossa dívida", disse Suyany à polícia.

Em entrevista ao Fantástico, o delegado Marcos Buss, responsável pelo caso, afirmou que o crime foi motivado por questões econômicas.

— Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união. Então isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada.

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