Caso do brigadeirão: advogada de Júlia Pimenta, suspeita de matar empresário, afirma que ela vai se entregar

Hortênsia Menezes oficializou a rendição da cliente através de um ofício enviado a Polícia Civil e a 4ª vara criminal

Por — Rio de Janeiro


Luiz Marcelo Antonio Ormond segurando brigadeirão no elevador, ao lado da namorada Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de envenená-lo Reprodução

A advogada de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, enviou um ofício à 25ª DP (Engenho Novo) informando que a cliente está foragida desde o dia 28 de maio, quando foi expedido o mandado de prisão, vai se entregar. Inicialmente, Júlia iria se entregar na noite desta terça-feira; mais tarde, Hortência Menezes, responsável pela defesa, informou que a cliente quer se entregar, mas não fixou prazo nem local para isso. Segundo a polícia, ela é a principal suspeita de ter envenenado o namorado Luiz Marcelo Ormond, de 44 anos, com quem começou a morar junto em abril, um mês antes do crime.

No ofício enviado à delegacia no início da noite desta terça, Hortência Menezes alegou que ela não compareceu mais cedo à delegacia devido a chuva no Rio de Janeiro.

"Apenas para deixar registrado que estou me dirigindo para delegacia conforme o combinado, porém, essa chuva repentina gerou um trânsito na cidade, onde, razão pela qual irei me atrasar, porém, estou a caminho", escreveu Hortência.

Ofício enviado a 25ª DP pela advogada de Júlia Pimenta — Foto: Arquivo pessoal

Ela completou informando que Júlia irá se entregar na presença da advogada.

"Apenas para lhe dar ciência de forma cordial, eu já comuniquei ao presidente da OAB do estado do Rio, ao titular da 25ª DP e ao juízo da 4º vara criminal, que a minha cliente irá se entregar na companhia dessa advogada", afirmou no documento.

Hortência chegou mais tarde à 25ª DP para acompanhar o depoimento da mãe de Júlia, Carla Cathermol.

— Não tenho ainda uma defesa técnica e nem como dizer o que vai acontecer, mas de antemão adianto que a intenção da Júlia é se entregar. A defesa técnica dela vai ser feita — afirmou Hortência.

A advogada lamentou o ocorrido e não especificou o dia e a delegacia que Júlia pretende se entregar:

— Infelizmente um caso muito triste o que aconteceu, meus sentimentos a família, mas tudo vai se resolver da melhor maneira possível. A Júlia está disposta a colaborar e pretende sim se entregar, essa é a vontade dela — destacou Hortência, que afirmou que a entrega de Júlia ainda está sendo negociada.

Relembre o caso

Luiz Marcelo Antônio Ormond foi visto pela última vez em 17 de maio. Ele aparece, ao lado de Júlia Andrade, em filmagens de câmeras de segurança do elevador do prédio onde morava com ela, no Engenho Novo, Zona Norte. O corpo foi encontrado três dias depois, sentado sob um sofá e já em "avançado estado de putrefação".

A polícia suspeita que ela tenha envenenado o namorado com um brigadeirão, fato narrado por Suyany Breshark, presa e apontada como cúmplice de Júlia, a quem fazia trabalhos espirituais. Ela se apresenta como cigana e tem mais de 400 mil seguidores nas redes sociais. Aos agentes, disse que Júlia a confessou ter matado Luiz Marcelo com a sobremesa, que tinha mais de 60 comprimidos de um potente analgésico a base de morfina.

"Não to mais aguentando esse porco, esse nojento" teria dito Júlia à Suyany. No dia 18, a suspeita foi a Araruama entregar a ela o carro de Luiz Marcelo, avaliado em R$ 75 mil, que seria usado para quitar uma parte da dívida de R$ 400 mil.

"Ela (Júlia) me falou: esse carro era dele (Luiz Marcelo). Ele me deu. Eu tô te dando ele por setenta e cinco mil pra ir descontando da nossa dívida", disse Suyany à polícia.

Em entrevista ao Fantástico, o delegado Marcos Buss, responsável pelo caso, afirmou que o crime foi motivado por questões econômicas.

— Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união. Então isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada.

*Estagiário sob supervisão de Giampaolo Braga.

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