Caso do brigadeirão: mãe e padrasto de suspeita de matar empresário são chamados para depor; casal ainda não compareceu

Os dois não compareceram a delegacia às 15h desta terça-feira, horário que o depoimento estava marcado; policiais civis saíram por volta das 16h20 para Maricá em busca deles

Por — Rio de Janeiro


Luiz Marcelo Antonio Ormond segurando brigadeirão no elevador, ao lado da namorada Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de envenená-lo Reprodução

A mãe e o padrasto de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, foram chamados para depor, na tarde desta terça-feira, na 25ªDP (Engenho Novo). A mulher está foragida desde o dia 28 de maio, quando foi expedido o mandado de prisão. Segundo a polícia, ela é a principal suspeita de ter envenenado o namorado Luiz Marcelo Ormond, com quem começou a morar junto em abril, um mês antes do crime. O depoimento estava marcado para às 15h, com o não comparecimento do casal, policiais civis saíram por volta das 16h20 para Maricá em busca dos dois. Até o momento, eles não retornaram à delegacia.

Na segunda-feira, foram ouvidos o gerente da farmácia onde Júlia comprou uma caixa com 50 analgésicos a base de morfina, além do ex-marido de Suyany Breschak, que foi voluntariamente à unidade policial, onde acusou a mulher de tentativa de sequestro e furto de uma caminhonete.

Presa no dia 28 de maio, Suyany é suspeita de ser cúmplice no assassinato. Ela se apresenta como cigana nas redes sociais, onde acumula mais de 400 mil seguidores, e era contratada por Júlia para fazer trabalhos espirituais. Para a polícia, Suyany tinha conhecimento sobre o crime, "antes, durante e depois".

Relembre o caso

Luiz Marcelo Antônio Ormond foi visto pela última vez em 17 de maio. Ele aparece, ao lado de Júlia Andrade, em filmagens de câmeras de segurança do elevador do prédio onde morava com ela, no Engenho Novo, Zona Norte. O corpo foi encontrado três dias depois, sentado sob um sofá e já em "avançado estado de putrefação".

Casa de empresário que teria morrido por comer brigadeirão envenenado

A polícia suspeita que ela tenha envenenado o namorado com um brigadeirão, fato narrado por Suyany Breshark, presa e apontada como cúmplice de Júlia, a quem fazia trabalhos espirituais. Ela se apresenta como cigana e tem mais de 400 mil seguidores nas redes sociais. Aos agentes, disse que Júlia a confessou ter matado Luiz Marcelo com a sobremesa, que tinha mais de 60 comprimidos de um potente analgésico a base de morfina.

"Não to mais aguentando esse porco, esse nojento" teria dito Júlia à Suyany. No dia 18, a suspeita foi a Araruama entregar a ela o carro de Luiz Marcelo, avaliado em R$ 75 mil, que seria usado para quitar uma parte da dívida de R$ 400 mil.

"Ela (Júlia) me falou: esse carro era dele (Luiz Marcelo). Ele me deu. Eu tô te dando ele por setenta e cinco mil pra ir descontando da nossa dívida", disse Suyany à polícia.

Em entrevista ao Fantástico, o delegado Marcos Buss, responsável pelo caso, afirmou que o crime foi motivado por questões econômicas.

— Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união. Então isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada.

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