FBI investiga morte de galerista Brent Sikkema e faz perícia no local do crime, no Jardim Botânico

Daniel García Carrera é suspeito de ter mandado matar Brent, com quem estava em processo de divórcio

Por — Rio de Janeiro


Daniel García e Brent Sikkema com o filho - hoje com 12 anos - que tiveram por meio de barriga de aluguel Reprodução

A Polícia Federal dos Estados Unidos, o FBI, entrou nas investigações da morte do galerista Brent Sikkema, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Nesta segunda-feira, agentes do Federal Bureau of Investigation estiveram na casa onde o crime aconteceu, junto a promotores de justiça norte-americanos, policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DH) e membros do Ministério Público Federal (MPF).

Em nota, a embaixada dos Estados Unidos informou que "as autoridades de segurança dos Estados Unidos conduziram atividades no Rio de Janeiro em 1º de julho para apoiar a investigação em curso dos EUA sobre a morte de Brent Sikkema. Essas atividades foram conduzidas em cooperação com as autoridades de segurança do Brasil. Por uma questão de política, não podemos fornecer mais informações sobre uma investigação em andamento".

A Polícia Civil do Rio informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) participa através de uma troca de informações com as autoridades dos Estados Unidos para auxiliar na apuração. A polícia informou também que concluiu o inquérito em fevereiro deste ano e indiciou o executor Alejandro Triana Prevez, preso em janeiro, como autor do crime e o ex-companheiro da vítima Daniel García Carrera como autor intelectual e principal interessado no crime. A Delegacia de Homicídios representou pela prisão preventiva de ambos e enviou o inquérito ao Ministério Público.

Relembre o caso

Brent Sikkema foi encontrado morto em casa, no Jardim Botânico, no dia 14 de janeiro. O americano era sócio de uma famosa galeria de artes em Nova York e enfrentava um processo de divórcio com Daniel García Carrera e de guarda-compartilhada do filho. Daniel é apontado como mandante do assassinato do ex-marido e está preso, nos Estados Unidos, onde morava, desde o dia 21 de março.

O galerista foi assassinado pelo cubano Alejandro Triana Prevez, que também está preso pelo crime. Ele confessou a autoria à polícia e indicou Daniel como mandante.

Policiais civis realizam perícia na casa onde Brent Sikkema foi assassinado

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Brent Sikkema, de 75 anos, foi encontrado morto em casa, com perfurações pelo corpo

Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Alejandro morava em São Paulo e ficou no Rio entre os dias 9 e 11 de dezembro, período da primeira tentativa do crime. De acordo com o inquérito, Daniel havia lhe avisado que Sikkema estaria no Rio durante aquele mês e teria lhe entregado cópias da chave do imóvel. Contudo, o assassinato não aconteceu porque o galerista ficou trancado no quarto. Para registrar a tentativa, Alejandro registrou fotos e vídeos dele na casa, que viraram prova para a polícia. O crime foi concluído pouco mais de um mês depois, em 14 de janeiro.

Como motivação para o assassinato, Alejandro revelou à polícia que o galerista estaria pagando baixos valores de pensão a Daniel, que estaria incomodado com os gastos do ex-marido com festas, drogas e garotos de programa. O ex da vítima também estaria preocupado com um novo relacionamento de Sikkema, já que o namoro poderia lhe prejudicar na repartição de bens, dos quais Daniel já não tinha mais direito, já que o galerista o havia retirado do testamento. A polícia acredita que o cubano não sabia dessa situação.

Os cubanos Alejandro Prevez e Daniel Garcia, respectivamente, assassino confesso e suposto mandante do crime; e a vítima, Brent Sikkema — Foto: Reprodução

— (Carrera) acreditava que se beneficiaria de várias formas. No testamento anterior de Brent, ele era o maior beneficiário. Até onde a gente sabe, Daniel não sabia da modificação. Além disso, ele tentava esconder dois imóveis para não entrarem no litígio de divisão de bens do divórcio. Brent tentava provar que ele havia comprado os imóveis e que Daniel teria colocado em nome de parentes, enquanto Daniel queria que isso ficasse escondido — disse o delegado Rômulo Caldas.

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