Uma placa de bronze em homenagem aos 80 anos do embarque da Força Expedicionária Brasileira para a Segunda Guerra Mundial será estreada pela prefeitura do Rio nesta terça-feira, às 10h30, na Praça Mauá. A cerimônia aberta ao público contará com a apresentação da banda dos Fuzileiros Navais e com a presença de João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso. A iniciativa da Secretaria de Conservação do Rio de Janeiro busca deixar marcada a ida dos mais de 25 mil brasileiros que integraram as tropas brasileiras na guerra.
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A placa, de 70 centímetros de largura por 50 centímetros de altura e o pedestal onde será instalada 1,70 de altura e 1,90 de largura, foi idealizada pelo escultor e professor de artes plásticas Mario Pitanguy, com base em pesquisa de registros históricos da época. O desenho foi esculpido em argila, depois em molde de cera até chegar ao formato em bronze. A homenagem será colocada no caminho ao armazém de onde partiu a tropa brasileira há 80 anos.
— A intenção é mostrar como esses rapazes foram para uma guerra, com violão, saco de roupa, em uma época em que não se sabiam detalhes e notícias de uma guerra como hoje. Não havia tanta comunicação para se saber o que acontecia no mundo. Os conhecidos boinas azuis ficaram famosos, foram vitoriosos em batalhas para defender a liberdade, esse conceito tão importante. É preciso também guardar a memória da guerra em um momento como o atual, para se defender e pensar a paz — destaca Vera Dias, Gerente de Monumentos e Chafarizes da Secretaria de Conservação do Rio.
Para esculpir a cena, foi feita uma pesquisa de registros iconográficos desenhada pelo artista Mario Pitanguy com base em fotos antigas, figuras que se tem de registro da ida dos soldados para a Segunda Guerra.
João Barone, além de baterista dos Paralamas do Sucesso, é também escritor, pesquisador da Segunda Guerra Mundial e filho de um dos pracinhas convocado para lutar na Itália em 1944. O entusiasta e defensor da memória da participação do Brasil na Segunda Guerra fez durante anos uma campanha para que a prefeitura da cidade marcasse um espaço público com alusão ao momento histórico.
— A placa traz uma cena típica e comum dos soldados embarcando com seus apetrechos com violão, tambor e cuíca. Dava a impressão de que os brasileiros estavam indo combater a guerra da sua maneira, claro que quando chegaram lá eles usaram os armamentos modernos, mas essa imagem é romântica deles embarcando para a guerra levando um violão. É digna de nota, representa o espírito brasileiro e foi assim que eles ajudaram a garantir a democracia e o mundo livre naqueles tempos — destaca Barone.
Narone afirma ainda que a placa serve para lembrar um marco brasileiro importante, de soldados que “foram combater o nazifascismo na Europa”.
— É uma página tão legal da nossa história, não podemos ser lembrados só como o lugar para onde fugiram os ex nazistas. Na Itália, todo mundo lembra dos brasileiros com carinho porque, além de aprender a combater, tivemos uma passagem comunitária muito bacana. Lá tem monumentos e marcos na cidade, então também precisamos dessa lembrança aqui também — afirma Barone, que diz que a homenagem também é destinada aos inocentes que morreram em ataques anos antes da guerra.