Um vídeo registrado por uma câmera de segurança instalada na Rua Guilherme Maxwell, na Vila do João, no Complexo da Maré, mostra uma intensa movimentação policial no momento em que houve um confronto no qual três sargentos do Batalhão de Operações Especiais (Bope) ficaram feridos — dois deles morreram. Nas imagens, registradas em 11 de junho deste ano, é possível ver fumaça que sugere o lançamento de granadas e fogo na calçada.
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No início do vídeo o caverião se aproxima do galpão. Logo depois, começa a aparecer fumaça que sai por baixo do portão do espaço — além de disparos, os traficantes lançaram granadas contra os PMs. Os militares que estavam no caveirão se movimentam e usam o veículo blindado como proteção.
Vídeo mostra movimentação de policiais durante confronto na Maré em que agentes do Bope foram baleados
Durante os oito minutos do vídeo, é possível ver a fumaça saindo do portão outras vezes, o que sugere que são quando granadas explodem. Em determinado momento, os PMs entram no caveirão e veículo se aproxima mais do galpão. Logo depois, a calçada começa a pegar fogo.
Foi justamente no caveirão que os sargentos Jorge Henrique Galdino Cruz e Rafael Wolfgramm Dias, que foram baleados. Eles chegaram a ser levados para o Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiram aos ferimentos. Um terceiro agente também foi ferido por estilhaços na cabeça, mas não precisou ser internado.
Cinco indiciados
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) indiciou cinco traficantes envolvidos na morte dos agentes. São eles: Alexandre Ramos Nascimento, o Pescador; Thiago da Silva Folly, o TH; Edmilson Marques de Oliveira, o Cria ou Di Ferro; Michel de Souza Malveira, o Bill, Mano Bill ou Mangolê; e Silas dos Santos Marciano, o Carrapato da Maré.
Segundo a investigação, além dos cinco bandidos, participou também da emboscada dos policiais Wedson Ferreira Pereira, o Digdum. Ele morreu durante a operação após uma troca de tiros entre policiais e criminosos. De acordo com o inquérito da DHC, os acusados da morte dos policiais são ligados a chefes do tráfico de comunidades na Maré e ligados ao Terceiro Comando Puro (TCP).
Todos os envolvidos nas mortes dos PMs foram indiciados por dois homicídios qualificados, tentativa de homicídio qualificado, tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma. Além do indiciamento, a DHC pediu a prisão preventiva do grupo à Justiça.