O carpinteiro Vitor Soares do Nascimento, 28 anos, atingido por uma estaca na cabeça quando trabalhava cortando madeira em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio, segue internado em estado "potencialmente grave", porém estável, de acordo com o boletim médico divulgado na manhã desta sexta-feira. Ele permanece no Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, unidade para onde foi levado para passar pela cirurgia de alta complexidade, na última quarta-feira, dia do acidente.
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Vitor respira sem a ajuda de aparelhos, é responsivo aos estímulos e tem mobilidade nos quatro membros. Ele segue internado em leito de cuidados intensivos no CTI.
“Foi Deus. Foi Deus mesmo. Não tem outra palavra, a não ser Deus. O Vitor é uma nova pessoa agora, porque ele morreu e sobreviveu”, disse, ao Bom Dia Rio, da TV Globo, a esposa do carpinteiro, Maria Luiza Monteiro da Silva.
Ela contou que estava em casa com a filha pequena do casal quando um colega de trabalho do marido apareceu para contar sobre o acidente:
“O Anderson esteve aqui na minha porta e falou que o Vitor tinha sofrido o acidente. Aí larguei nossa filha com a vizinha e fui correndo para o hospital. A gente sempre imagina o pior, né?”, lembrou.
Maria Luiza disse ainda que a menina chama pelo pai a todo instante e acorda de madrugada chorando de saudade.
Recuperação após cirurgia
A estaca, com cerca de 40 centímetros, perfurou o crânio do carpinteiro, ficando cravada por seis centímetros. A área atingida, segundo os médicos informaram em coletiva na manhã de quinta-feira, foi o lobo frontal direito, área responsável pelas emoções. Após uma cirurgia, que durou cerca de quatro horas, Vitor já conversava, respondendo a perguntas da equipe médica, como o próprio nome completo, a data de nascimento e a idade. Mesmo ferido, ele também manteve a consciência e a lucidez.
O carpinteiro deve passar por uma nova cirurgia no futuro, para a colocação de prótese no local onde o osso foi perdido. Com o impacto, parte do crânio foi quebrada, e fragmentos foram retirados.
— Ele vai continuar internado, acredito, algumas semanas. E a gente vai dar todo o suporte. Até mesmo para reconstrução da calota craniana. Porque a estaca ali na cabeça, na parte frontal do paciente, fez uma cratera — disse o diretor-geral do Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes, Thiago Resende, em coletiva na quinta-feira.
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A agilidade no atendimento foi fundamental: os primeiros socorros aconteceram no local. Uma equipe do Samu o atendeu e o encaminhou para o Hospital Municipal Victor de Souza Breves no município, com transferência quase imediata, de helicóptero, para o Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes. Vitor chegou lúcido e falando, às 14h53.
Durante o expediente na empresa Casa Trevo Madeiras, onde é auxiliar de capintaria, Vitor manejava uma serra circular de bancada, cortando madeira, quando uma ripa bateu no equipamento em movimento e foi projetada em sua direção.