'É como uma granada', diz bombeiro sobre explosão de panelas de pressão; saiba como evitar acidentes

Major Fábio Contreiras, porta-voz da corporação, afirma que são necessários cuidados para usar utensílio com segurança

Por — Rio de Janeiro


A panela de pressão que explodiu na cozinha da escola municipal TV Globo/Reprodução

Na última quarta-feira, a explosão de uma panela de pressão na cozinha da Escola municipal Embaixador Barros Hurtado, em Cordovil, na Zona Norte do Rio, deixou dois merendeiros feridos. Um deles teve lesões leves e já recebeu alta. Mas Priscila Araújo Barbosa, de 31 anos, segue internada em estado grave. Ela teve fraturas no rosto, ficou com a mandíbula dilacerada, perdeu dentes e teve um corte da boca até uma das orelhas. Isso aconteceu porque a cozinheira foi atingida por estilhaços do utensílio.

— É como se fosse uma granada. Quem está a dois, três metros da panela, é atingido por estilhaços. São cortes, lacerações, amputações e até morte. As queimaduras, nesses casos, são secundárias — disse o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros.

Priscila Araújo Barbosa preparava comida quando a panela de pressão explodiu — Foto: TV Globo/Reprodução

Ele salientou que, independentemente do tipo a ser usado, as panelas de pressão têm que ter sempre o selo do Inmetro — isso comprova que passaram por testes. Veja os cuidados a serem tomados:

Panelas mecânicas

São as panelas de aço ou alumínio — essas representam 90% do que há no mercado — que vão ao fogão. Em primeiro lugar, Contreiras alerta que elas nunca devem ser colocadas sob a água para que esfriem mais depressa e nunca se deve forçar a saída do vapor:

— O que deve ser feito é desligar a chama, esfriar naturalmente e deixar sair o vapor. Para só então abrir.

Não ultrapassar a capacidade máxima é outro cuidado. O alimento e o líquido têm que estar dentro do limite estipulado para cada panela. Além disso, as válvulas — de alívio (vermelha) e de trabalho (preta) devem estar sempre limpas, pois uma obstrução pode causar uma explosão.

— Tem que limpar frequentemente com um palito ou uma escova. As (panelas) mais novas vêm com uma haste para que essa limpeza seja feita — disse o major.

O anel de vedação deve ser trocado em caso de desgaste, mudança de cor e textura. A panela deve ser descartada se houver mudança na cor, deformação, a válvula não levantar e se o chiado ficar diferente do normal.

— E não pode esquecer no fogo. Com o excesso de calor embaixo, a panela não vai suportar — frisou o oficial.

Panelas elétricas

A panela elétrica de pressão, de acordo com Contreiras, tem o mesmo fundamento que a panela mecânica:

— A diferença é que não é o fogo que faz ela aquecer. É a resistência elétrica dentro dela, que esquenta, aquece a água e faz o cozimento. Geralmente, nas panelas elétricas a gente tem um processo de cozimento mais eficiente e o controle da pressão dentro dela é melhor.

O major destacou que, além disso, o usuário consegue programar o tempo de uso.

— Não tem como você esquecer. Se você esquecer, ela vai desligar automaticamente. Isso evita os acidentes por esquecimento — afirmou.

A panela elétrica têm também sistema duplo de segurança. Por exemplo: se ela não tiver fechada corretamente, a pressão não se eleva:

— O outro sistema é que ela não permite que a tampa seja aberta enquanto a pressão interna estiver muito alta. Então, são dois sistemas que vão dar mais segurança, que vão evitar o erro do operador — disse o porta-voz dos Bombeiros.

Panelas de barro e de pedra

|Quanto às panelas feitas com esses materiais, Contreiras afirmou que o princípio de funcionamento delas tem que o mesmo das mecânicas e das elétricas.

— Toda panela precisa de uma válvula de alívio para que o vapor em excesso saia. Se a panela não tiver ela não é segura. Porque qualquer vaso de pressão, que é o nome técnico, toda estrutura que tem água virando vapor de água em pressão, precisa ter uma válvula. Então, se a sua panela é de pedra ou de barro, ela provavelmente vai ter uma válvula de alívio — afirmou.

O major frisou que esses modelos em geral, se não possuírem certificação do Inmetro, é sinal de que não passaram testes que comprovem sua segurança:

— Lembrando que elas podem ter os mesmos problemas que as panelas tradicionais, de alumínio e de aço, que é a questão do entupimento das válvulas. Isso é muito comum também. Então, o risco é o mesmo: pode romper e causar acidentes.

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