Polícia apreende três carros de luxo em casas de dois homens investigados por homicídio e por integrarem 'máfia de cigarros'

Durante a operação, agentes recolheram ainda máquina de contagem de cédulas, celulares, documentos e dinheiro em espécie

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Material apreendido nas residências de dois investigados por assassinato Divulgação/Polícia Civil

Durante a Operação Nicoti, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) apreendeu, nesta quinta-feira, três carros de luxo, máquina de contagem de cédulas, sete celulares, R$ 298.900 em espécie, além de documentos. Os agentes da Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão na residência de dois homens, em condomínios de alto padrão na Barra, investigados pelo homicídio do empresário Marlon Márcio Mendes Alvarenga, em 11 de dezembro do ano passado, em Bangu. Os alvos da operação são investigados ainda por integrarem uma organização criminosa que explora a fabricação e venda ilegal de cigarros, conhecida como “máfia dos cigarros”.

De acordo com as investigações, foi apurado inicialmente que Marlon foi executado com disparos de arma de fogo, quando chegava à sua empresa. A autoria do crime é atribuída a um criminoso armado de pistola que desembarcou num Renault Logan de cor prata.

Após análise das imagens captadas por câmeras na região, a polícia constatou que o automóvel utilizado foi um "clone". Prosseguindo nas investigações, foram reunidas evidências de envolvimento de integrantes da organização criminosa, que explora a fabricação e venda ilegal de cigarros, no homicídio de Marlon

Durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, na residência de Arthur Silva e Silva, foram apreendidos dois carros de luxo, uma máquina de contagem de células, notebook, quatro celulares e R$ 298.900 em espécie.

Já na casa de Rafael Guimarães Pereira foram apreendidos um veículo de luxo, três telefones celulares e diversos documentos.

Um dos carros apreendidos durante a operação na Barra — Foto: Divulgação/Polícia Civil

A DHC prosseguirá nas investigações, a fim de identificar o autor direto do crime, assim como outros envolvidos.

Marlon era investigado por suspeita de ser um dos chefes de uma quadrilha que aplicou um golpe de R$ 7,8 milhões em uma distribuidora de ferro e aço, no ano passado. O grupo forjou uma negociação e conseguiu o pagamento da quantia pelo financeiro da companhia. Ainda segundo a polícia, diversos depósitos foram feitos nas contas particulares dos chefes do grupo. Quinze pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público estadual pelos crimes de estelionato e associação criminosa.

Relembre outros casos

No último dia 24, a Polícia Militar resgatou seis paraguaios em condições análogas à escravidão em uma fábrica de cigarro clandestina em Paty do Alferes, região Sul do Rio de Janeiro. Eles estavam alojados no local e trabalhavam em jornada excessiva, sem descanso. No local, os agentes encontraram mais de um milhão de maços de cigarros falsificados. A polícia estima que a ação tenha causado um prejuízo de R$ 50 milhões aos envolvidos no esquema.

Em novembro de 2021, a polícia descobriu que uma fábrica clandestina de cigarros funcionava nas instalações de uma antiga fábrica de biscoitos na Estrada Ferreiros, em Vassouras. Na época, cinco homens paraguaios foram presos. Além dos dois locais serem ligados por uma estrada, a marca de cigarro fabricada também era a mesma da operação do dia 24, a 'Egipt'.

Em março do ano passado, uma operação da Polícia Federal resgatou 19 trabalhadores paraguaios que eram mantidos em situação análoga à escravidão em uma fábrica de cigarros na Figueira, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Na época, os trabalhadores resgatados disseram que foram trazidos Paraguai com os olhos vendados, mediante a promessa de que iriam trabalhar na produção de roupas. Chegando aqui, foram encaminhados para as instalações da fábrica, onde foram mantidos presos.

O suspeito de comandar a máfia de cigarro na região da Baixada Fluminense é o Adilson Coutinho Oliveira Filho, o Adilsinho, contemplado por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou o trancamento de um processo contra ele e outros 39 réus.

A "máfia do cigarro ilegal" tem crescido nos últimos anos no Rio e já controla pelo menos 45 dos 92 municípios do estado. São atribuídas a ela dezenas de homicídios, desaparecimentos, tentativas de assassinatos, dívidas resolvidas a bala, propinas, lavagem de dinheiro, contrabando e sonegação fiscal.

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