Com Anthony Hopkins, 'Uma vida' conta caso real de herói anônimo, que salvou 669 crianças do nazismo e só foi descoberto em 1988; leia crítica

Aos 86 anos, ator tem atuação 'irrepreensível' no filme 'A história de Nicholas'; Bonequinho olha

Por — Rio de Janeiro


Anthony Hopkins em 'Uma vida - a história de Nicholas Winton' Divulgação

As grandes tragédias humanas estão cheias de heróis anônimos, pessoas comuns que de alguma forma arriscaram a própria integridade física e moral em nome de uma causa maior. É sobre um deles que se debruça “Uma vida — A história de Nicholas Winton”, ao celebrar o caso do jovem corretor britânico que, no final dos anos 1930, ajudou a levar para a Grã Bretanha 669 crianças, filhos de famílias deslocadas pela ocupação nazista na antiga Tchecoslováquia (hoje República Tcheca).

É um drama convencional, produzido por uma rede de TV, a BBC, e dirigida por um de seus colaboradores mais frequentes, o diretor de TV James Hawes (da série “Black mirror”), aqui em sua estreia no cinema, mas que conta uma história que merece ser ouvida.

A ação alterna o tempo presente, quando o octogenário Winton (aqui interpretado pelo sempre irrepreensível Anthony Hopkins) em pleno desfrute de sua aposentadoria, nos anos 1980, busca um destino para os registros da operação de resgate; e flashbacks do passado, enquanto o então jovem e idealista corretor (Johnny Flynn) e seu grupo de humanistas organizavam a fuga dos refugiados na Praga do pré-guerra.

Ambos são construídos com o ritmo e o visual próprios da época e dos ambientes que retratam. Incapazes, no entanto, de superar o momento catártico final, quando os feitos de Winton, até então desconhecidos inclusive por historiadores, é revelado no auditório de um popular programa de TV, em 1988. Um golpe de misericórdia que não deixa olhos secos na plateia.

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