Edson Celulari conta que, ao filmar 'Nosso Lar 2', teve vontade de se comunicar com o pai: 'Tinha a sensação de que ele estava por ali'

Protagonista do segundo filme da franquia espírita, ator garante que longa vai muito além da religião

Por — Rio de Janeiro


Edson Celulari e Wagner de Assis durante as filmagens de 'Nosso Lar 2 — Os mensageiros' Ique Esteves/Divulgação

Após mais de uma década desde a estreia de "Nosso Lar", sucesso nacional baseado no livro homônimo de Chico Xavier, a sequência do drama espírita, "Nosso Lar 2 — Os mensageiros", chegou às salas de cinema na última quinta-feira, dia 25. Ou melhor, em 927 delas, como enfatiza o protagonista Edson Celulari. Recorde de bilheteria no país em 2010, à época, o filme foi visto por mais de quatro milhões de espectadores. Agora, no aniversário de 80 anos de "Os mensageiros" (1944), obra que inspira o segundo título da franquia, o longa tem o desafio de repetir o feito.

No papel do mensageiro Aniceto, Celulari acredita que o longa transcende as barreiras do viés religioso e sua mensagem engloba temáticas que despertam forte apelo do público e, em especial, caem no gosto das famílias. Dentre elas, por exemplo, estão o amor, compaixão, fé e perdão.

— A trama propõe uma reflexão sobre vários temas da condição humana, por isso, passa longe de se limitar à doutrina e à filosofia espírita. O filme vem dessa fonte, que é o Chico Xavier, autor de 12 lindas histórias. Mas atinge um público bem maior, muito além do espiritismo. Eu me emocionei bastante com o resultado. Assim como o primeiro, ele é extremamente profundo.

Após 'Nosso Lar 2', Edson Celulari pensa em se comunicar com o pai que já partiu

Escrito e dirigido por Wagner de Assis, como na primeira versão, o drama foi gravado há quase dois anos. O livro que serviu como mote, psicografado por André Luiz, se debruça sobre um médico, também chamado André Luiz, que se une a um grupo de mensageiros da cidade espiritual Nosso Lar. Juntos, eles cuidam de três pessoas, no plano terreno, prestes a fracassar. Aline Prado, Fabio Lago, Fernando Rodrigues e Vanessa Gerbelli são alguns dos nomes que compõem o elenco.

— É uma história simples, que se passa nas casas de três famílias do Rio de Janeiro, durante a década de 1940. No primeiro filme, a trama se desenrolava muito mais na cidade espiritual. Dessa vez, os mensageiros são anjos. Eles descem até a Terra para auxiliar pessoas que precisam de evolução espiritual, mas essa ajuda a favor dos protegidos tem limites — detalha o protagonista.

Veja trailer do filme 'Nosso Lar 2 - Os Mensageiros'

Para Celulari, o longa vai emocionar muita gente.

— Antes mesmo de "Nosso Lar 2" estrear, as pessoas já estavam me parando para falar do filme. É muito bacana quando os espectadores me dizem que estão na espera para assistir ao segundo. Inclusive, aqueles que não são espíritas. Muitos dizem ter assistido ao primeiro e, depois, levado familiares ao cinema, porque perceberam que a mensagem ia tocar algum parente. Vale a pena ver, porque a gente se identifica com os valores que nem sempre paramos para pensar.

Católico de formação, Edson Celulari conta ter estudado mais a fundo sobre a religião durante sua preparação.

—Já conhecia um pouco sobre a religião antes de fazer parte do elenco, mas estudei e pesquisei sobre o assunto e, realmente, é uma linda doutrina. Pessoalmente, foi uma boa descoberta, entender mais sobre a comunicação dos encarnados e desencarnados. Eu mesmo fiquei com vontade de me comunicar com meu pai, falecido há 30 anos. Minha filha tinha acabado de nascer, o que me deu uma saudade imensa dele. Tinha a sensação de que ele estava por ali. Mas entendi que não é tão simples assim. Precisa haver disponibilidade das duas partes e uma circunstância específica para que aconteça.

Gravação do filme espírita 'Nosso Lar 2 — Os mensageiros' — Foto: Divulgação/Ique Esteves

Gravado há quase dois anos, o longa estreia em um "cenário favorável", defende Celulari, mesmo com uma perspectiva não tão boa para produções nacionais no audiovisual.

— Neste momento, em que estamos vivendo em um período de tanta violência e falta de ouvidos no mundo, um filme que propõe essas temáticas no enredo, é muito propício para ocupar as telas de cinema, pois vai contra essa lógica. Fico feliz de estar participando desse projeto. Me identifiquei com ele até como espectador.

Questionado se o segundo título da franquia vai repetir o desempenho visto há 14 anos nas bilheterias, Edson se mostra confiante.

— A expectativa que temos é das melhores. A gente sabe que, mais uma vez, o cinema nacional passa por um momento de retomada. Depois da pandemia, o público brasileiro voltou às salas normalmente para assistir aos filmes estrangeiros, mas, infelizmente, os nacionais não tiveram a mesma procura. É o maior lançamento de uma produção brasileira, nos últimos anos, em números de investimento. Eu nunca tinha feito algo nessa dimensão. Então, a torcida, é para que a história seja muito bem aceita pelos espectadores. O público não vai tirar os olhos da tela — garante ele.

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