Filipe Catto evoca Gal Costa em show-tributo: 'Eu sou a vaca profana. Não estou imitando. Ela está dentro de mim'

Em duas apresentações no Manouche, neste fim de semana, 'Belezas são coisas acesas por dentro' reúne um repertório que passeia por várias fases da homenageada

Por — Rio de Janeiro


No palco celebrando Gal Costa, Filipe Catto faz aniversário no mesmo dia que a homenageada, 26 de setembro Divulgação/Primavera Sound

Quando cantou “Vaca profana” em um tributo a Gal Costa, em maio do último ano, Filipe Catto sentiu que aquilo era verdadeiro, diferente e original. Do show veio o álbum “Belezas são coisas acesas por dentro”, gravado em apenas dois dias — em um mergulho tão “visceral”, como ela descreve, que interrompeu as gravações de um projeto autoral. Agora, a homenagem volta aos palcos mais “fa—tal” do que nunca e chega ao Rio neste fim de semana, com duas apresentações no Manouche. No formato de power trio, Catto evoca Gal, sua “professora de canto” e de transgressão.

— Já fiz tributos a outras cantoras, mas nunca tinha sentido isso. Fiquei chocada. Baixou o “negócio”. Eu sou a vaca profana. Não estou imitando. Não é a Gal. Sou eu. Ela está dentro de mim como algo essencial — afirma a cantora, que sempre viu em Gal mais do que a voz de cristal. — É muito chique que a maior cantora do Brasil seja roqueira, sensualíssima e bissexual. Gal sempre foi uma mulher à frente do tempo.

No palco, o clima soturno e denso do álbum — que começa com “Lágrimas negras”, passa por “Sem medo nem esperança”, gravada por Gal em “Estratosférica” (2015), e termina com “Vapor barato” —, ganha outros tons com hits como “Dê um rolê” e “Chuva de prata” e, segundo Catto, fica mais “celebrativo”.

— Nunca imaginei que esse trabalho teria essa boa recepção. A reação das pessoas têm sido ótima. É uma troca muito verdadeira. Às vezes consigo até descer e sentar no colo de alguém (risos) — conta a artista, que vê nesse projeto um encontro com a sua própria feminilidade e um ponto alto dos seus 15 anos de carreira. — Estamos vivendo em um momento onde tudo é muito calculado (na indústria musical), e esse trabalho foi um grande recado do mundo para eu seguir a minha intuição, porque eu realmente só faço o que me interessa e me diverte.

O próximo trabalho de Catto, que precisou dar uma pausa por conta do tributo a Gal, está a todo vapor. A cantora voltou aos estúdios e pretende lançá-lo ainda este ano. No entanto, o show com o repertório da tropicalista, ela garante, continua.

Programe-se

Onde: Manouche. Casa Camolese, Jockey. Quando: Sex e sáb, às 21h. Quanto: R$ 70 (com 1kg de alimento). Classificação: 18 anos.

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