Zeca Pagodinho celebra 40 anos de carreira e 65 de idade em show no Rio; veja repertório e lista de convidados

Iza, Diogo Nogueira, Alcione e Djonga estão entre convidados da apresentação de domingo, aniversário do sambista, no Engenhão; veja o repertório do espetáculo que vai rodar o país

Por — Rio de janeiro


Zeca pagodinho comemora 40 anos de carreira no Engenhão Leo Martins

Há 40 anos, Beth Carvalho escutou, no Cacique de Ramos, tradicional bloco carioca, “Camarão que dorme a onda leva”, parceria de Zeca Pagodinho com Arlindo Cruz e Beto Sem Braço. Gostou tanto que chamou Zeca para lançar a música no “Fantástico”. O resto é história. Uma história repleta de sucessos que será festejada domingo, dia em que o músico completa 65 anos, em show no Engenhão, com uma lista de convidados que reúne Alcione, Seu Jorge, Jorge Aragão, Xande de Pilares, Iza, Diogo Nogueira, Djonga e Marcelo D2.

A apresentação — que não por acaso começará com a música que agradou à Madrinha do Samba — será gravada, vai virar DVD e inicia a turnê “Zeca 40 anos”, que passará por mais dez cidades. A seleção de 31 músicas foi feita com o diretor musical, Paulão Sete Cordas, e o produtor do DVD, Pretinho da Serrinha — que, aliás, abre a programação comandando uma roda de samba. “Deixa a vida me levar”, “Samba pras moças”, “Saudade louca” e “Maneiras”, sempre pedidas pelo público, estarão no repertório do aniversariante. Mas, segundo Paulão, também foram adicionadas faixas que não são tocadas há tempos nos shows, como “Exaustino”, “Ratatúia” e “Vacilão”.

Zeca em 10 fotos

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Sambista foi o homenageado do enredo da Grande Rio

Apesar de a produção preferir fazer surpresa sobre qual faixa cada convidado vai cantar, há algumas pistas. O rapper Djonga, por exemplo, há dois domingos cantou “Maneiras” com ele no “Fantástico”. O sambista Jorge Aragão é autor de “Minta meu sonho”, sucesso na voz dos dois. E já foi noticiado que a cantora Iza participa em “Cadê meu amor”.

A reunião de diferentes músicos e estilos é marca na carreira de Zeca, que ressalta a importância de estimular os artistas da música:

— A Beth (Carvalho) fez isso comigo. Tem que ser assim. Por isso eu fiz projetos como o Quintal do Pagodinho, para mostrar quem são os compositores. Hoje eles fazem shows por aí, são artistas completos.

O sambista gosta de conhecer gente nova, mas também tem uma galera das antigas da qual não desgruda. Entre eles, Paulão Sete Cordas. O violonista conta que os dois estão juntos desde o primeiro disco solo do cantor, de 1986, e que foi por acaso. Amigo de Moca, irmão de Zeca, Paulão era músico profissional e muitas vezes ia para o estúdio sem saber com quem ia gravar. Um dia...

— Cheguei lá e encontrei o Zeca. Eu disse: “vou gravar, mas não sei com quem”. E ele: “eu também vou gravar e também não sei com que músicos”. Eu estava no time que ia tocar com ele. E nunca mais saí— lembra Paulão.

Esta é só uma das história que Zeca atribui ao destino. A própria trajetória de sucesso ele vê como algo inesperado.

— Conheço um monte de gente que vai atrás do sucesso e não consegue. Comigo foi acontecendo. Nada meu é ensaiado, tudo é de verdade— garante.

Mas os próximos passos já estão ensaiados, sim. Depois do Rio, ele parte para a turnê em cidades como São Paulo, Curitiba, Brasília, Salvador e Belo Horizonte. E fecha o ano com um cruzeiro de 6 a 9 de dezembro. Tudo em um ritmo diferente de 40 anos atrás, ressalta o músico:

— Sem agressividade, em horários e lugares bons, porque já andei muito por aí. Não tenho mais paciência para isso, não. Estou cansado de bagunçar, quero ficar em casa, com meus netos.

Outro projeto em curso é o filme que conta sua história, ainda em fase de pré-produção. Batizado de “Deixa a vida me levar”, será uma ficção, com roteiro de Roberto Faustino e Nathalia Guinet e direção de Mauro Lima. O ator que fará o papel de Zeca ainda não foi definido, mas Juliana Knust interpretará Mônica, sua esposa. O que Zeca achou da ideia?

— Eu não participo. Nem sei se vou assistir. Não tenho paciência para ficar sentado no cinema.

Repertório do show:

1. “Camarão que dorme a onda leva”

2. “Pisa como eu pisei”

3. “Ser humano”

4. “Quando a Gira girou”

5. “Lama nas ruas”

6. “Mais feliz”

7. “Vai vadiar”

8. “Judia de mim”

9. “Minha fé”

10. “Patota de Cosme”

11. “Ogum”

12. “A voz do morro”

13. “Mutirão de amor”

14. “Minta meu sonho”

15. “Não sou mais disso”

16. “Brincadeira tem hora”

17. “Maneiras”

18. “Saudade louca”

19. “Ratatúia”

20. “Vacilão”

21. “Exaustino"

22. “Caviar”

23. “ Faixa amarela”

24. “Cadê meu amor”

25. “Seu balancê”

26. “Samba pras moças”

27. “Casal sem vergonha”

28. “SPC”

29. “Coração em desalinho”

30. “Deixa a vida me levar”

31. “Verdade”

Estádio Nilton Santos, Engenhão. Rua José dos Reis 425, Engenho de Dentro. Dom, às 15h (abertura), às 16h30 (roda de Pretinho da Serrinha) e às 19h (show). De R$ 100 (cadeira superior leste e oeste) a R$ 790 (mesa premium). 16 anos. O show terá transmissão ao vivo no Globoplay, para não assinantes, e no Multishow, a partir das 19h.

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