Otávio Muller assistiu a peça “O Escândalo Philippe Dussaert”, do francês Jacques Mougenot, dirigida por Fernando Philbert e estrelada por Marcos Caruso, em 2017. Mal sabia ele que voltaria aos palcos em 2023, depois de um jejum de 10 anos na carreira, justamente em uma montagem da (quase) mesma equipe. "O caso" é a nova empreitada do diretor, com texto do mesmo autor, porém novo elenco: Otávio e Leticia Isnard.
A história mostra o drama de Arnaldo, um homem paralisado frente aos desafios da vida e que passa a se sentir desinteressado por tudo e todos. Atrás de ajuda, ele encontra uma psiquiatra na tentativa de desvendar o que se passa. Mas, ao contrário do personagem, Muller diz estar sempre em movimento.
— A caretice, a estagnação do mundo, o querer ficar parado, e como ainda persistem ideias de preconceito, desigualdade social, violência, isso tudo me assusta muito. As vezes, parece que vai me paralisar, mas não vai. Sou um cara muito ativo, é muito difícil me ver parado, estou sempre inventando. — afirma o ator.
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Apesar de abordar assuntos delicados a para muitos e questões desafiadoras do mundo contemporâneo, a montagem usa a linguagem do humor. Segundo Otávio, esta é uma das melhores formas de critica.
— O humor é uma ótima ferramenta para críticas ácidas. Mas eu não me identifico com este rótulo de 'ser humorista' ou o de fazer só comédia. Eu gosto de embarcar em bons projetos e, dentro dos bons projetos, tem o humor. — diz Otávio.
O próximo "bom projeto" estreia hoje e põe um ponto final ao hiato do ator sem entrar em cena no teatro. No ensaio desta semana, realizou que estava às vésperas da montagem entrar em cartaz e, ao subir no palco: "me senti em casa, como se nada tivesse mudado".
Serviço:
Teatro das Artes, Shopping da Gávea. Rua Marquês de São Vicente 52. Sex, às 21h. Sáb, às 20h. Dom, às 19h. R$ 100 (sex e dom). R$ 120 (sáb). 12 anos. Estreia hoje (17). Até 30 de abril.