Patrícia Kogut
PUBLICIDADE
Por

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 08/08/2024 - 07:05

"Série de suspense 'Manual de Assassinato para Boas Garotas' conquista fãs com enredo clássico"

A série "Manual de assassinato para boas garotas" na Netflix conquista espectadores com seu enredo clássico bem construído. Baseada em best-seller, a trama de suspense juvenil envolve uma investigação de assassinato em uma cidade pacata. Com elementos tradicionais e personagens convincentes, a produção mistura linguagens antigas e novas, lembrando histórias de detetives adolescentes. Ideal para fãs de mistérios à moda antiga.

Recém-chegada à Netflix, a série “Manual de assassinato para boas garotas” escalou rapidamente o ranking das séries mais vistas do serviço. Não é surpresa: bem antes das produções de crimes alcançarem o streaming, o suspense juvenil já era um gênero que fisgava públicos numerosos de leitores. Essa trama é adaptada de um best-seller homônimo (de Holly Jackson). Dirigida pela dupla de cineastas Dolly Wells e Tom Vaughan, ela leva a marca da BBC. São seis episódios de cerca de 45 minutos muito bem construídos. Vale conferir.

A produção não rompe padrões, nem na dramaturgia, nem na linguagem visual. Trata-se de um enredo clássico com realização idem. E isso não é demérito, ao contrário, é bom. Ela cumpre com honras a sua proposta de contar uma aventura de maneira clara, com eletricidade e alguma doçura, e puxada por personagens de desenho convincente. É um exemplo perfeito de tradição narrativa levada a sério.

Por tudo isso, como nas melhores histórias inglesas de crimes, essa se desenrola numa cidadezinha pacata, um lugar rural. O burburinho urbano fica vizinho a um bosque, o que é um pretexto para aquelas sequências clássicas com o sol atravessando a copa das árvores (outro déjà-vu). O lugar tem a placidez de um lago, só que não.

Na história, em 2019, uma tragédia abalou Little Kilton. Foi quando uma adolescente que cursava o último ano do Ensino Médio, Andie Bell (India Lillie Davies, de “Bridgerton”), desapareceu. Ela foi considerada morta, assassinada pelo namorado. Ele, Sal Singh (Rahul Pattni), confessou o crime numa mensagem de celular para um amigo e se suicidou. Seu corpo foi achado na floresta.

Emma Myers e Zain Iqbal — Foto: Netflix
Emma Myers e Zain Iqbal — Foto: Netflix

A polícia encerrou o caso depois de concluir que Sal era o culpado.

A ação se desenrola nos dias atuais. Pip Fitz-Amobi (Emma Myers, a atriz de “Wandinha”), uma adolescente de 17 anos, está prestes a se formar na escola. E decide fazer seu trabalho de final de curso sobre o acontecido. Ela então dá início a uma nova investigação. Para sua tarefa, conta com a ajuda do irmão de Sal, Ravi (Zain Iqbal). A dupla usa de velhos recortes de jornais impressos colados com fita adesiva na parede a mensagens de celular. Essa mistura de linguagens — novas e antigas — para montar uma história diz tudo das escolhas dos roteiristas da série.

Quem devorou os romances de Enid Blyton na juventude vai se lembrar daquelas aventuras. Os mistérios criados pela escritora inglesa (traduzida no mundo todo) eram desvendados por detetives amadores adolescentes. Foi assim que ela se consagrou com a coleção de “Os Sete”, e, depois, com os “Os Cinco”, para leitores mais crescidos. Finalmente, claro, o espírito de Agatha Christie também paira por aqui o tempo todo. Pip, aliás, pode ser chamada, sem erro, de mini-Miss Marple.

Mais recente Próxima 'A mulher no lago', a série com Natalie Portman na AppleTV+: vale insistir, saiba por quê