Crítica
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Por Patrícia Kogut

Série do momento, “The last of us” (HBO Max) é adaptada de um game famoso de mesmo nome. Mas que o leitor sem familiaridade com esse tipo de brinquedo não se deixe intimidar. Ao contrário. Mesmo quem jamais experimentou um joguinho eletrônico vai se envolver. A história é estrelada por Pedro Pascal (Joel) e Bella Ramsey (Ellie), que o espectador de “Game of Thrones” reconhecerá.

Daqui para a frente, tem spoiler.

A aventura reúne todos os ingredientes da teledramaturgia clássica. É isso que prova, mesmo para o leigo, todo o refinamento da adaptação. Afinal, a essência do videogame é interativa. Já uma ficção como esta exige do público observação e mergulho — e não controle. São conceitos, se não opostos, bem diferentes. E o resultado, muito feliz, vai além da simples transposição.

“The last of us” se distancia do videogame, OK. Porém, não escapa dos paralelos com “The walking dead”. A série do AMC foi muito vitoriosa e projeta uma sombra comparativa permanente sobre tudo. É inevitável. A ação se desenrola num futuro distópico, num mundo pós-apocalíptico. Diferentemente de “TWD”, que já começa num ambiente decaído, o ponto de partida dessa trama é em 2003, horas antes da explosão de uma terrível pandemia causada por um fungo . O contágio transforma os infectados em zumbis. O primeiro foco eclode em Jacarta. Somos então apresentados ao protagonista, o carpinteiro Joel, em Austin, no Texas. Ele tenta proteger a filha, fugindo de incêndios, bloqueios nas estradas e zumbis que cospem pequenos tentáculos ao tentar morder suas vítimas.

Logo o enredo pula para 2023, quando a infecção é um dado de realidade. Grande parte da humanidade morreu e quem sobrou faz qualquer negócio para sobreviver nos escombros. Joel vive com Tess (Anna Torv, de “Fringe”) numa área destruída e perigosa do que um dia foi Boston. As ruas são cheias de gangues. A dupla recebe uma missão difícil de cumprir: levar Ellie para o outro lado da cidade. Ela deve ser entregue ao grupo miliciano Vagalume. É que, embora tenha sido mordida por um zumbi, a garota sobreviveu à doença. Trata-se de um caso único, que pode ser a chave para a descoberta de uma cura. A jornada dos dois é marcada por toda sorte de obstáculos e conflitos. Não detalho mais para evitar estragar as surpresas.

“The last of us” vem conquistando um público numeroso e já é a terceira audiência histórica da HBO nos EUA (atrás de “GOT” e de “House of the dragon”). Merece toda a sua atenção.

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