Segunda temporada de 'Your honor' tem Bryan Cranston esplêndido e trama confusa

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A tarefa — impressionar mesmo depois de marcar a televisão com seu Walter White de “Breaking bad” — não era fácil. Mas o juiz Michael Desiato que o ator apresenta é arrebatador. Não à toa, colegas do calibre de Jamie Lee Curtis se sentem inspirados por esse trabalho. Daqui para a frente, tem spoiler.

Resumindo rapidamente, “Your honor” narra a trajetória de um respeitado juiz que se vê diante de um terrível impasse moral. Seu único filho, Adam (Hunter Doohan), atropela um rapaz e foge. O pai o convence a se entregar às autoridades. No entanto, chegando à delegacia, Desiato entreouve uma conversa entre policiais e descobre que a vítima era o filho do chefe da máfia de Nova Orleans. A partir desse ponto, ele rompe todos os compromissos com a lei e a verdade para evitar que o garoto seja preso. Quando a segunda temporada começa, o crime foi descoberto, Adam morreu e o juiz está na cadeia. O arco da história parecia completo. Só que a série teve sucesso, e seus produtores resolveram fazer outra leva de episódios. Os autores conseguiram criar uma trama que recuasse à estaca zero. Porém, o resultado ficou confuso e artificial aqui e ali.

Desiato é procurado na prisão por uma agente, Olivia (Rosie Perez). Ela o pressiona — usando de chantagem — para ajudá-la a desbaratar a organização criminosa que atormenta a cidade. A esta altura, ele está desesperado, pronto para morrer. Mas aceita a proposta. E a aventura recomeça.

De novo, as ambiguidades rondam o personagem. O espectador se conecta com ele, sentindo pena e irritação ao mesmo tempo. Novos conflitos se apresentam, e há surpresas no caminho que funcionam como ótimos ganchos.

A cinematografia impressiona. A qualidade do restante do elenco, também. Isiah Whitlock Jr. (o prefeito), Lilli Kay (Fia), Hope Davis (Gina) e Margo Martindale (Elizabeth) estão entre os que se destacam. Por todas essas razões, a segunda temporada de “Your honor” tem lá seus grandes momentos. Mas é prejudicada porque não há roteirista inspirado que consiga esticar uma história que estava muito bem amarrada.