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Por Thayná Rodrigues


Bruno Fagundes interpreta Renan em "Cara e coragem" — Foto: João Teles
Bruno Fagundes interpreta Renan em "Cara e coragem" — Foto: João Teles

Bruno Fagundes, intérprete de Renan em "Cara e coragem" (Globo), costuma interagir com os telespectadores da novela das 19h nas redes sociais e repercutir suas impressões sobre o papel e o trabalho na novela. Na história, seu personagem é um assediador moral e já manteve uma namorada em cárcere privado. O fato de o folhetim abordar comportamentos cada vez mais frequentes no noticiário é um combustível para o ator, de 33 anos:

— Ter na interpretação essa possibilidade é um dos meus nortes. Foi esse um dos motivos pelos quais escolhi me comunicar. Meu trabalho pode servir para essa função educativa, didática, para espalhar algum tipo de reflexão. Renan é um abusador moral, mente, usa as pessoas. Tem tantos níveis de toxicidade e de narcisismo... Claro que tem a função dramatúrgica de atrapalhar o casal principal, Lou (Vitória Bohn) e Rico (André Luiz Frambach), e de atravancar as histórias deles. Mas no Twitter as pessoas falam: "Meu Deus, matem esse personagem! Por que ele está na novela ainda?". E eu falo: "Gente, pelo amor de Deus, vamos manter o emprego do ator?". Eu brinco e faço uma campanha para as pessoas amarem odiá-lo.

Nesta quarta (21), o ator lança outro trabalho, a série "Só se for por amor", em que vive um produtor musical. A história tem como tema central a transformação de uma cantora sertaneja de uma banda itinerante numa grande estrela:

— Gravamos na pandemia, em 2021. Os trabalhos começaram no início do ano, tivemos uma pausa e voltamos no segundo semestre. Foi tudo muito turbulento. Fazer audiovisual em tempos pandêmicos foi uma experiência de ficção científica. E conseguimos realizar tudo de um jeito que ninguém se contaminou. É parte de um sonho conseguir estar em dois canais de comunicação em papéis tão diferentes um do outro.

Na TV aberta, o último trabalho de Bruno tinha sido na novela "Meu pedacinho de chão" (2014). De lá para cá, ele fez a série "3%", na Netflix, e apresentou espetáculos no teatro. Os oito anos que separam suas aparições na televisão trouxeram a impressão de que o público e a forma como se consome audiovisual mudaram. Ele opina:

— A televisão aberta ainda é soberana para atingir o Brasil de fora do nosso eixo (Rio-São Paulo). Nesse sentido, é gratificante o trabalho chegar a lugares que fazia tempo que eu não alcançava. Confesso que de 2014 para agora sinto que as coisas mudaram muito. Acho que (a audiência) pulverizou. A internet no período da pandemia dominou muito os meios de comunicação. Senti estranheza e tomei um susto mesmo. E agora minha visão particular é que as pessoas estão preferindo se conectar a ligar uma TV. Para mim, o ideal é conseguir casar as duas coisas. Eu sou de uma geração analógica, então estou me encontrando na comunicação neste momento.

A maneira como se expressa na internet também é motivo para reflexão. O jovem explica que, vez ou outra, se pega pensando no caminho pelo qual optou: o de compartilhar nas redes sociais fotos, opiniões ou a maneira como gosta de se vestir. Na última semana, ele apareceu maquiado, gerando diferentes opiniões:

— Acho que ninguém merece ser colocado em caixa nenhuma. Ninguém gosta de ser reduzido a uma roupa, a um corte de cabelo. Pelo amor de Deus, estamos quase em 2023 e a gente tem que falar sobre isso ainda? É sério? As pessoas sentem vontade de fazer as coisas e fazem. E isso importa para quem se não para a própria pessoa? A internet é dor e delícia para mim. Sou de uma geração analógica. Venho de uma época em que era cool, era legal ser ator e preservar um certo mistério sobre quem você é pessoalmente. Cresci vendo meu pai (o ator Antonio Fagundes) e minha mãe (a atriz Mara Carvalho). Tendo uma vida pública desde muito cedo, meu pai nunca escolheu esse caminho da superexposição. Ele não foi para o caminho da celebridade, nunca escolheu isso. Então, eu aprendi dessa forma. Por isso que para mim é dor e delícia compartilhar. (Penso) se compartilho demais ou de menos. Ainda confesso que estou entendendo a minha comunicação neste momento. Mas uma coisa é certa: não vou deixar de ser quem eu sou nem vou deixar de fazer o que tenho que fazer. Isso tem que vir em primeiro lugar. E, nossa, a repercussão dessa foto foi algo que jamais eu esperava. Não fiz para isso, de maneira alguma. Realmente fiz porque acho divertido e me remeteu aos tempos de adolescente. Gostava de balada de rock. Naquela época não tinha a expressão "emo". Foi uma coisa que surgiu depois. Mas eu adorava passar lápis preto no olho e borrar. E ninguém se importava com isso. Agora, em 2023, as pessoas estão lá: "Nossa! Bruno passou maquiagem no olho". Faz parte do meu espírito anárquico, de artista, com referências no rock e no punk rock. Gosto de ter esse estilo urbano. Está mais coerente do que incoerente.

Bruni Fagundes, de 'Cara e coragem', é filho dos atores Mara Carvalho e Antonio Fagundes — Foto: Reprodução/Instagram
Bruni Fagundes, de 'Cara e coragem', é filho dos atores Mara Carvalho e Antonio Fagundes — Foto: Reprodução/Instagram
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