Felipe Haiut, protagonista e autor da peça “Selvagem”, com Debora Lamm, diretora do espetáculo, e Denise Stutz, diretora de movimento, durante os ensaios. O solo estreia nesta sexta (5), no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Humaitá, na Zona Sul do Rio.
O espetáculo aborda a infância invisibilizada da criança queer e suas consequências na vida adulta. Haiut detalha:
— Meu desejo é que as crianças selvagens, veadas, possam ter uma infância mais saudável e amorosa do que a minha. Que esses adultos que venham assistir possam sair da peça entendendo a solidão de uma criança queer neste mundo e como isso impacta uma vida inteira. Trazer o debate da sexualização da criança, trazer a reflexão da criança livre para dançar, brincar, ser criança... Está na hora de o homem também olhar para sua própria masculinidade e repensá-la. O homem pode ser frágil e sensível.
Já Debora comenta:
— Todo este binarismo do mundo é sufocante. Isso pode, isso não pode, isso é coisa de menina ou isso é coisa de menino. Na infância não faz sentido, pois a infância é experimentação.