Patrícia Kogut
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Por Gabriel Menezes

Valéria Barcellos faz sua estreia nas novelas em “Terra e paixão” (TV Globo) como Luana Shine, gerente do bar de Cândida (Susana Vieira). Entusiasmada com o novo momento profissional, a atriz conta que, às vezes, ainda se questiona sobre a realização:

— Estou com 43 anos, tenho uma longa trajetória artística na música e nas artes cênicas e, agora, faço a minha primeira novela. De vez em quando, me pergunto se estou sonhando. Pensando que a expectativa de vida de uma mulher trans no Brasil é de 35 anos, e, se ela for negra, cai para 28, eu estou muito no bônus. Sou muito privilegiada.

Ela diz que tem recebido mensagens de outras pessoas trans frisando a importância de sua presença no horário nobre da televisão:

— Quando eu era jovem, costumava ver a representação de pessoas trans na TV. Não era algo fidedigno. Muitas vezes, olhava e pensava: “Eu não sou assim”. Agora, há esse movimento no audiovisual pela representatividade. Isso é muito significativo. Tenho recebido muitas mensagens nas redes falando sobre isso e me sinto orgulhosa.

Valéria nasceu na cidade de Santo Ângelo, no interior do Rio Grande do Sul, e conta que enfrentou dificuldades para conseguir manter vivo o sonho da carreira artística:

— Foi um desafio gigantesco. Houve momentos em que não conseguia trabalho, aí passei fome, tive que ficar de favor na casa de alguém e até mesmo dormir na rua. E essa minha história é a mesma de muitos pelo país. Parece que, no Brasil, uma pessoa trans ou uma pessoa preta precisa passar por todas essas dificuldades para ter algo. E não é isso que a gente quer. Precisamos ter oportunidades. Eu, com a minha exposição, quero ser uma facilitadora neste sentido.

A atriz se recorda, ainda, da luta contra um câncer. Em 2020, quando se recuperava, ela chegou a posar para um ensaio para mostrar sua força:

— Fiz a minha última sessão de terapia em março de 2020, depois de quase dois anos de tratamento. Quando eu achei que finalmente poderia voltar a trabalhar em paz, veio a pandemia. Hoje em dia eu estou bem, preciso só fazer o monitoramento até 2025 para saber se a doença não vai voltar. Mas, eu tenho certeza de que estou curada.

Ela conta como lidou com a questão:

— No início, quando tive o diagnóstico, eu pensava: “Mas por que eu?”. Mas aí logo eu ouvia a voz da minha mãe na minha cabeça dizendo: “Mas por que não você?”. E é isso. Somos humanos e não estamos imunes a passar por coisas assim. O câncer foi muito difícil, mas de longe um dos menores problemas que eu passei na minha vida. A doença eu consegui superar com o tratamento. Agora, para o preconceito que eu enfrento todos os dias, ainda não há um remédio. A solução é realmente a convivência e a consciência. Não há uma pílula.

Na novela, a sua personagem, Luana, está envolvida num romance misterioso. Na vida real, é diferente. Valéria diz ter se separado recentemente, após um casamento de seis anos com um homem trans:

— Foi um relacionamento lindo e que me deu uma maturidade incrível. Acho que nunca havia estado com alguém tão parecido comigo, em todos os aspectos. Eu o respeito muito. E nos gostamos. Temos o nosso filho canino, que agora está com ele morando, em São Paulo. No momento, estou casada com “Terra e paixão”, mas não descarto conhecer alguém e entrar num relacionamento. Estou preparada.

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