Novelas
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Por Anna Luiza Santiago

"Com muito sangue nos olhos e amor no coração". É com esse estado de espírito que Isabelle Nassar encara a estreia em novelas como a Sara de "Travessia" e mira nos próximos projetos como atriz.

— Quando tenho uma coisa dentro de mim, é difícil me segurar. Se quero, vou até o final. Tinha muita vontade de fazer uma novela do Mauro (Mendonça Filho, diretor) e da Gloria (Perez, autora). Eu não sabia quando teria essa oportunidade de novo, de trabalhar com os dois juntos. São duas referências. Coloquei na minha cabeça. Não sabia se ia dar certo. Que bom que deu. Eu estou adorando estar na Globo. Penso em me estabelecer um pouco mais na casa e fazer outros produtos. Mas amo novela. Essa loucura, esse batidão... Quero muito trabalhar — conta ela, que apareceu pela primeira vez numa produção de audiovisual na segunda temporada de "Bom dia, Verônica", da Netflix, este ano.

Sara chegou à novela das 21h dando uma sacudida na história. Nesta segunda-feira (26), irá ao ar a cena em que a personagem aparece numa festa de Natal na casa de Moretti (Rodrigo Lombardi) e desmascara o vilão na frente de todos os convidados:

— Estou encarando mais como uma reparação do que como uma vingança. Tem mais profundidade. Sara olha para o passado e quer reparar o que aconteceu com sua amiga (Débora/Grazi Massafera). Ela tem um senso de justiça. O cara deixou a mulher grávida, não assumiu o filho. Acho que é muito mais do que uma vingança rasa. A personagem está ajudando outras mulheres, é sororidade. O casamento da Guida (Alessandra Negrini) tem várias questões que vão ser revisitadas a partir do que a Sara faz. Também vai acabar ajudando a Leonor (Vanessa Giácomo), que carrega uma culpa e acha que foi abandonada por Moretti por causa de algo que fez. Agora, ela vai saber de tudo o que aconteceu.

Segundo a atriz, a missão de Sara está longe de terminar:

— Sara ainda precisa descobrir tudo o que aconteceu com a Débora. Ela não sabe da Chiara (Jade Picon). Virou seu objetivo de vida.

Por conta da exposição numa novela das 21h, Isabelle vem observando um crescimento do interesse do público por sua vida. As buscas pelo nome na atriz no Google estão sempre associadas ao seu marido e à sua filha. Ela, que tem 34 anos, é casada com o empresário Alexandre Carvalho e mãe de Maria, de 11. E uma pesquisa frequente na internet chama a atenção: muitos procuram por "gênero" ao digitarem o nome de Isabelle. A atriz explica que há uma curiosidade para saber se ela é transexual e conta que sempre lidou com comentários sobre sua aparência:

— Eu sofria muito bullying na escola por não ter um rosto comum. Sempre tive um rosto forte. A família do meu pai é libanesa e minha mãe, baiana. Quando queriam me diminuir, me chamavam de "estranha", de "esquisita", de "cara de cavalo". Isso me travou muito quando eu era adolescente. Agora, com a novela, perguntam se sou trans. São vários comentários surgindo. Mas uma pessoa trans tem um estereótipo? Uma pessoa cis como eu (cisgênero, ou seja, indivíduo que se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer) tem um estereótipo? Uma mulher trans também poderia ter um filho, por exemplo. Normal. Tem gente que fala: "Nunca a vi grávida". Será que querem que eu poste (a foto da barriga)? (risos) As pessoas vão especular, isso não é uma questão para mim, pelo contrário, é elogio. Acho que é uma oportunidade de ressignificar, de falar de mulheres e de padrões de beleza.

Isabelle nasceu no Rio, mas foi morar muito cedo no interior de Minas Gerais, nas cidades de Itaúna e Divinópolis. Com 14 anos, numa ida a Belo Horizonte, acabou descoberta por um olheiro num shopping e, aos 15, começou a trabalhar como modelo. Morou na China e na Turquia. Depois, voltou ao Brasil para terminar o ensino médio e então foi para a Europa:

— Eu sofria absurdos na escola. Eram muitos xingamentos. Então, quando esse cara apareceu no shopping, pensei: "Espera. A vida inteira me xingaram por causa da aparência e agora ele vem me dizer que posso ser modelo?". Foi como uma recuperação da vida. Mas, quando comecei a modelar, continuou acontecendo muito. Teve um dia que fiquei embaixo de neve por três horas numa fila em Milão esperando para fazer teste. Quando cheguei no cliente, ele disse: "Nossa, você é muito feia". Já ouvi muito isso de agentes. Eles falavam: "Vamos virar o queixo, virar este nariz". Eu tenho muita casca. Mas ter casca às vezes dói. Dói ouvir tudo isso. Mesmo já mais velha. Não é agradável. Hoje entendo que diz mais sobre quem fala do que sobre quem recebe. As pessoas são muito cruéis.

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