JOHANESBURGO — A África do Sul endureceu nesta segunda-feira as medidas restritivas contra a Covid-19, proibindo a venda de álcool e estendendo o toque de recolher em todo o território, já que as infecções atingiram a marca de um milhão depois que uma variante do vírus , de disseminação mais rápida, foi identificada no país.
O presidente Cyril Ramaphosa disse em um discurso televisionado que seu Gabinete decidiu mover o país do nível 1 para o nível 3 de restrições, com efeito imediato. Isso inclui a proibição total da venda de álcool, o cancelamento generalizado de eventos e o uso obrigatório de máscaras em público.
— Agora temos que achatar a curva para proteger a capacidade de nosso sistema de saúde e permitir que ele responda de forma eficaz a essa nova onda de infecções — afirmou, antes de ponderar que "essas restrições podem ser revistas nas próximas semanas se observarmos um declínio sustentado nas infecções".
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O toque de recolher em todo o país agora acontecerá de 21 horas às 6 horas, horário local, disse Ramaphosa. Parques públicos, praias, represas, rios e piscinas públicas em áreas de risco serão fechados. O presidente disse ainda que vários distritos e municípios foram adicionados à lista de “pontos críticos” e essas áreas podem estar sujeitas a outras restrições.
O centro comercial de Gauteng, o Cabo Ocidental, destino favorito dos turistas, e o litoral Cabo Oriental são as províncias mais atingidas e representam a maioria das áreas hoje consideradas pontos críticos. Áreas na província do Norte do Limpopo também foram adicionadas à lista.
A África do Sul tem o mais alto número de infecções por coronavírus no continente, com 1.004.413 casos relatados e quase 27 mil mortes. Os casos diários começaram a aumentar rapidamente no final de novembro, para entre 10 mil e 14 mil.
A nova variante, conhecida como 501.V2, foi descoberta por uma rede de cientistas da África do Sul que rastreou a genética do vírus. Isso levou vários países, incluindo o Reino Unido e a Alemanha, a proibir voos do país.