VILNIUS — A Rússia libertou dois lituanos e um norueguês nesta sexta-feira, e a ex-república soviética da Lituânia libertou dois russos, em uma troca de espiões no estilo da Guerra Fria que encerrou vários casos de espionagem..
— A troca ocorreu em um dos postos fronteiriços da Lituânia ao meio-dia — disse Darius Jauniskis, chefe de contrainteligência da Lituânia, em entrevista coletiva.
O norueguês Frode Berg, um guarda aposentado da fronteira entre a Noruega e a Rússia, foi levado à embaixada da Noruega na capital lituana, Vilnius, e entregue às autoridades norueguesas.
— Estamos muito felizes agora — disse sua filha Christina Berg à Reuters por mensagem de texto.
— Estamos esperando por isso há dois anos — disse Oeystein Hansen, membro de um grupo de apoio na cidade natal de Berg, Kirkenes, na região ártica da Noruega, por telefone. — É muito bom para todas as partes, a comunidade local, a família e a nação norueguesa.
Berg foi preso em Moscou em 2017 e condenado por reunir informações em nome da Noruega. Ele se declarou inocente.
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Um dos dois russos libertados, Nikolai Filipchenko, foi detido em 2015 e condenado em 2017 a 10 anos de prisão por espionar e usar documentos falsos, disse à Reuters o escritório do procurador-geral da Lituânia. Ele detém o posto de tenente-coronel no Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB).
O outro russo libertado é Sergej Moisejenko, detido em 2014 e condenado em 2017 a 10 anos de prisão por espionagem e porte ilegal de armas, informou o Ministério Público.
Filipchenko tinha como alvo a equipe de segurança do presidente lituano. Moisejenko buscou informações sobre as Forças Armadas da Lituânia e da Otan, a aliança militar ocidental, de acordo com relatos da mídia local lituana.
Os dois lituanos libertados são Jevgenij Mataitis e Aristidas Tamosaitis. Ambos foram presos pela Rússia por acusações de espionagem.
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Mataitis, que possui cidadania russa, foi condenado a 13 anos de prisão em 2016 por trair seu país espionando, informou a agência de notícias russa Tass, citando uma declaração do FSB. Ele passou informações militares, incluindo segredos de Estado, por seis anos, enquanto servia como capitão das Forças Armadas russas, disse a Tass.Tamosaitis foi detido na Rússia em 2015 por espionagem e condenado em 2016 a 12 anos de prisão.