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Argentina começa a produzir localmente a vacina Sputnik V

Primeiros lotes serão enviados à Rússia para controle de qualidade, e expectativa é de que produção em massa comece em junho
Embalagens com doses da vacina Sputnik V, que serão produzidas na Argentina Foto: SAVO PRELEVIC / AFP
Embalagens com doses da vacina Sputnik V, que serão produzidas na Argentina Foto: SAVO PRELEVIC / AFP

BUENOS AIRES — A Argentina anunciou ser o primeiro país na América Latina a produzir a vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Os primeiros lotes produzidos serão enviados à Rússia para que seja feito o controle de qualidade, e a produção em grande escala está prevista para junho, segundo o Laboratório Richmond, onde ocorre a produção, e o Fundo Soberano da Rússia, responsável pela vacina.

De acordo com o Instituto Gamaleya, a Sputnik V possui eficácia de 97,6%, dados que devem ser publicados em revistas científicas em maio. Até agora, ela recebeu autorização para uso em 60 países, sendo que dez deles da América Latina . No Brasil, foram contratadas 37 milhões de doses pelo Consórcio Nordeste e outras 10 milhões pelo Ministério da Saúde, mas o imunizante ainda não recebeu o aval da Anvisa.

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Para o diretor-executivo do Fundo Russo, Kirill Dmitriev, o início da produção em solo argentino deve agilizar as entregas para outros países da região que também contrataram as vacinas. Para isso, os Laboratórios Richmond, que estão a cargo da produção, dizem que “vão assegurar a disponibilidade da vacina em um prazo curto para o país [Argentina] e a região”. Após o anúncio, as ações do laboratório dispararam 33,24% na bolsa de Buenos Aires. A Argentina foi o primeiro país da região a aprovar o uso emergencial da Sputnik V, em dezembro de 2020.

“Estamos muito animados com a possibilidade de produzir a Sputnik V na Argentina”, declarou o presidente Alberto Fernández, mencionado no comunicado sobre o início da produção. “Será uma grande oportunidade para avançar na luta contra a pandemia não apenas na Argentina, mas em toda a América Latina.”

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A Argentina enfrenta uma alta no número de casos e de mortes, o que levou o governo a decretar um novo toque de recolher em algumas regiões e a adotar medidas como o fechamentio de escolas. Ao todo, foram registrados cerca de 2,7 milhões de casos e 59,7 mil mortos. Sobre a vacinação, 5,5 milhões de pessoas receberam ao menos uma dose da imunização (12,25% do total), enquanto 800 mil foram completamente imunizadas, correspondendo a 1,8% dos argentinos.