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Coreia do Sul revê estratégia e pede isolamento de população diante do temor de casos importados de coronavírus

País, um dos mais eficazes em conter a pandemia com testes em massa, agora passa a dificultar entrada de americanos
Novos kits de teste da Covid-19 são embalados em Cheongju, ao sul de Seul: país fez testagem em massa Foto: ED JONES / AFP
Novos kits de teste da Covid-19 são embalados em Cheongju, ao sul de Seul: país fez testagem em massa Foto: ED JONES / AFP

SEUL — Com o aumento de casos importados do novo coronavírus , o governo da Coreia do Sul apelou nesta sexta-feira para que a população fique em casa e evite grandes aglomerações, além de colocar em vigor controles fronteiriços mais rígidos para pessoas que vêm dos Estados Unidos — o país do mundo com o maior número de casos, com mais de 92 mil infectados. Nesta sexta-feira, o país registrou 91 casos novos da doença, o que elevou seu total para 9.332, segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças da Coreia. O número de mortes chegou a 144.

O país teve sucesso em conter a propagação da epidemia em seu início, com um sistema sem quarentena, baseado em testes rápidos e disponíveis em larga escala, considerado um dos mais bem organizados programas de contenção do mundo. Medidas extensivas foram tomadas para rastrear e isolar a população infectada, assim como quem teve contato com ela. A rápida detecção foi considerada crucial para impedir a propagação do vírus.

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Estados Unidos e Coreia do Sul anunciaram o primeiro caso de coronavírus  no mesmo dia, 20 de janeiro. Mas, até a semana passada, os americanos tinham feito testes em 4.300 pessoas em seu território. Já o país asiático chegou a 196 mil testes no mesmo período.

Agora, o aumento recente de casos importados levou as autoridades a endurecerem as regras de entrada para viajantes da Europa, que conta com 300 mil infectados, e dos EUA. Ao mesmo tempo, o governo tenta convencer a população de que várias semanas mais de distanciamento social e autoisolamento podem ser necessárias para dar tempo para que as autoridades de saúde reduzam o fluxo pequeno, mas ainda contínuo, de casos novos.

— As pessoas podem não querer mais manter o distanciamento social agora que a primavera chegou e as flores estão desabrochando — disse o primeiro-ministro, Chung Sye-kyun, em uma coletiva de imprensa. — Mas não será melhor trabalhar mais duro para encerrar o sofrimento atual do que suportá-lo por um longo tempo?

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Com as medidas adotadas, quem vem dos EUA terá agora que passar uma quinzena em quarentena, e aqueles que mostrarem sintomas como febre serão examinados. Regras mais severas, como um exame obrigatório e quarentena, entraram em vigor na quinta-feira para visitantes europeus com vistos de longo prazo.