RIO — A Argentina suspendeu todos os voos comerciais, tanto nacionais como internacionais, até 1º de setembro por causa da pandemia do novo coronavírus . As autoridades disseram que as companhias aéreas não devem vender passagens para os próximos quatro meses, segundo a emissora britânica BBC. O país já havia fechado suas fronteiras, em março, para não residentes.
Efeito Covid-19: A influência do coronavírus na negociação da dívida da Argentina
Nesta segunda-feira, a Administração Nacional de Aviação Civil do país publicou um decreto proibindo que as empresas aéreas vendam passagens para voos comerciais que cheguem ou saiam da Argentina. A agência ainda informou que o ato foi feito para prevenir que as companhias comercializem bilhetes sem aprovação das autoridades argentinas. De acordo com a publicação, a data de 1º de setembro é considerada "razoável" para a medida.
Associações de aviação afirmaram que, como consequencia da proibição, milhares de pessoas podem perder seus empregos. A Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) enviou uma carta ao governo da Argentina dizendo que a decisão coloca em risco os empregos de 300 mil pessoas no país, além de violar acordos bilaterais. Já a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta) alegou que o decreto "não foi acordado com a indústria".
Mercosul: Argentina decide sair de negociações comerciais do bloco
Segundo levantamento da universidade americana Johns Hopkins, a Argentina tem 4.003 casos de Covid-19 e 197 mortes por causa da doença.
Extensão da quarentena
Neste sábado, o governo argentino já havia extendido a quarentena até 10 de maio — o isolamento social na Argentina começou em 20 de março. Segundo o presidente Alberto Fernández, o país entrou em um estágio "diferente" na luta para enfrentar a pandemia de coronavírus. A partir de agora, saídas diárias de uma hora perto de casa serão permitidas.
Coronavírus: Argentina amplia atividades livres da quarentena durante pandemia
O presidente disse que a Argentina “já cumpriu alguns objetivos que estabeleceu”, mas que “ainda está no meio de uma pandemia que assola o mundo”.
— Aqui, não foi tão grave, por tudo o que nós argentinos fizemos. Mas a pandemia também gera outros conflitos, conflitos econômicos, e estamos muito conscientes disso — acrescentou.