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Imprensa estatal chinesa acusa americanos de dispersarem ‘vírus político’

Pequim diz que Washington usa a crise do coronavírus para manchar a reputação do país
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, é um dos criticados por Pequim Foto: NICHOLAS KAMM / AFP
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, é um dos criticados por Pequim Foto: NICHOLAS KAMM / AFP

PEQUIM — Alguns políticos americanos estão usando o novo coronavírus como uma arma para manchar a reputação da China , afirmou neste domingo a agência de notícias estatal Xinhua, escalando ainda mais a guerra de discursos entre os dois países sobre a forma como Pequim lidou com a epidemia. O editorial acusou Robert O'Brien , assessor de Segurança Nacional, e o secretário de Estado, Mike Pompeo , de difundirem um “vírus político” e usá-lo para diminuir a China.

Na semana passada, O'Brien afirmou que a reação da China foi lenta, o que custou ao mundo dois meses a menos para preparação. Pompeo disse que a resposta americana à epidemia de coronavírus foi prejudicada pelo que chamou de dados imperfeitos vindos da China.

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Segundo a Xinhua, as ações adotadas pela China, que incluíram a quarentena de milhões de pessoas, deram ao mundo um “tempo precioso” para preparação contra a epidemia, o que foi reconhecido pela comunidade internacional. A agência acrescentou que os esforços americanos, por outro lado, foram amplamente criticados.

A agência acusa os EUA de terem dois pesos para medir o bloqueio de Wuhan, epicentro do vírus que surgiu em dezembro do ano passado, em comparação com o bloqueio recente na Itália.

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Os laços entre Washington e Pequim já estão abalados por questões que incluem comércio, direitos de propriedade intelectual e liberdade de expressão, mas eles foram novamente testados com a pandemia.

A Xinhua também criticou políticos americanos que estão tratando o novo coronavírus como o “vírus de Wuhan” ou “vírus chinês”.

Pequim vem contestando a versão amplamente difundida de que o Covid-19 se originou na China. Comentários de um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores que sugeriram que ele poderia ter sido levado à China por militares americanos aumentaram ainda mais as tensões entre Washington e Pequim. Na sexta-feira, o Departamento de Estado americano convocou o embaixador chinês nos EUA para protestar contra essa declaração.