LIMA — O presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, anunciou uma quarentena total para Lima e para um terço do país de 31 de janeiro a 14 de fevereiro, além de proibir a chegada de voos do Brasil até pelo menos 14 de fevereiro, com o objetivo de conter o aumento de casos na segunda onda da Covid-19 no país.
— Nos últimos dias, testemunhamos o rápido aumento de contágios por Covid-19. Todos devemos contribuir para que o sofrimento não se estenda a novas pessoas — disse Sagasti, ao justificar a medida, durante um pronunciamento surpresa à nação.
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A quarentena será obrigatória e imobilizará 16,4 milhões de habitantes, metade da população do país. O governo também determinou o fechamento de igrejas, cassinos e academias. Apenas estabelecimentos comerciais essenciais, como mercados, farmácias e bancos, poderão funcionar.
— Nesse sentido, aprovamos um conjunto de medidas direcionadas que têm como objetivo controlar a expansão da pandemia — acrescentou.
As regiões envolvidas são Lima, Ancash, Pasco, Huánuco, Junín, Huancavelica, Ica, Apurímac e El Callao, onde os casos confirmados dispararam desde o início de janeiro. Nas demais regiões do país, são mantidos o toque de recolher e a proibição de reuniões sociais, entre outras medidas.
A segunda onda atinge sem trégua várias regiões peruanas desde o início de janeiro, após as festas de fim de ano. O número de contágios diários aumentou de mil para mais de cinco mil, e as mortes dispararam de uma média de 40 por dia para mais de 100.
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O governo também prolongou até 14 de fevereiro a proibição de voos procedentes da Europa e incluiu o Brasil nesta relação, devido à nova cepa do coronavírus descoberta no território brasileiro.
Até ontem, o Peru acumulava 40.107 mortes por Covid-19, após registrar 220 óbitos pela doença nas 24 horas anteriores. Este número não era registrado desde o pior momento da pandemia no país, entre julho e setembro de 2020.
O total de infecções chega a 1,1 milhão, com 4.444 novos casos confirmados.