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Províncias da Argentina apertam medidas de restrição diante de aumento de casos de Covid-19

Cenário é associado às festas de fim de ano, e autoridades pedem que cidadãos sigam medidas para evitar uma segunda onda da doença
Centro de imunização em Neuquén, onde estão sendo administradas primeiras doses da vacina Sputnik V na Argentina Foto: FABIAN CEBALLOS / AFP
Centro de imunização em Neuquén, onde estão sendo administradas primeiras doses da vacina Sputnik V na Argentina Foto: FABIAN CEBALLOS / AFP

BUENOS AIRES — Governos de várias províncias da Argentina adotaram novas medidas de restrição para tentar conter um aumento do número de infecções pelo novo coronavírus registrado nas últimas semanas.

Regiões como Chaco, Formosa, La Pampa e Santiago del Estero limitaram a movimentação de pessoas, incluindo um toque de recolher. Na província de Buenos Aires, o governador, Axel Kiciloff, reconheceu que também houve um aumento no número de casos, mas descartou restrições adicionais em locais turísticos, pelo menos por enquanto. Ao mesmo tempo, defendeu que todos sigam as orientações das autoridades.

— Vimos um crescimento marcante e muito acelerado nos casos, primeiro na cidade de Buenos Aires, depois na periferia e em toda a província — declarou em coletiva de imprensa. — Se houver mais relaxamento vamos ver um crescimento considerável dos casos, e pode ser uma catástrofe.

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Durante reunião com prefeitos da província, Kiciloff se disse preocupado com a situação em cidades de praia da província, onde houve aglomeração, festas clandestinas e pouco respeito às regras para uso de máscaras em público. Ele também recordou que a capital argentina viveu uma série de manifestações e atos públicos que reuniram multidões, como o funeral de Diego Armando Maradona, no dia 26 de novembro, e os protestos contra e a favor da lei sobre a legalização do aborto no no país, no dia 30 de dezembro.

Na segunda-feira, o presidente Alberto Fernández revelou que estuda decretar um novo confinamento em Buenos Aires, caso a situação não se estabilize. Ele fez um apelo especial aos jovens, que são vistos como maiores responsáveis pelo aumento de infecções.

— Se não quisermos voltar (ao confinamento), precisamos que todos tenhamos responsabilidade social — disse Fernández.

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A Argentina viveu um dos mais longos e estritos períodos de quarentena da América do Sul, começando no dia 20 de março e sendo relaxada aos poucos a partir de setembro. Até o momento, são cerca de 1,650 milhão de casos e 43,6 mil mortes. O país também foi um dos primeiros na região a iniciar a imunização de seus habitantes, usando a vacina Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya. As primeiras doses estão sendo distribuídas para os trabalhadores do setor de saúde. Até o fim de janeiro, são esperadas 1,5 milhão de doses da imunização. Na semana passada, também foi aprovado o uso emergencial da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca.