Mundo Guerra na Ucrânia

Ucrânia recusa ultimato russo para rendição de suas forças em Mariupol

Rússia havia oferecido a formação de corredores humanitários para retirada de civis da cidade em troca da rendição
Membros do serviço de tropas pró-Rússia em uniformes sem insígnia dirigem um veículo blindado na cidade portuária de Mariupol Foto: Reuters
Membros do serviço de tropas pró-Rússia em uniformes sem insígnia dirigem um veículo blindado na cidade portuária de Mariupol Foto: Reuters

LONDRES — A Ucrânia recusou na madrugada desta segunda-feira (domingo à noite no Brasil), o ultimato das Forças Armadas russas para que os militares ucranianos se rendessem na cidade de Mariupol , que está sob cerco há 21 dias.

Segundo o general russo Mikhail Mizintsev, diretor do Centro Nacional Russo de Gerenciamento de Defesa, a Ucrânia teria até as 5h da manhã desta segunda-feira para responder à oferta, que incluía também a formação de corredores humanitários para permitir a saída de civis para fora da cidade.

No entanto, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse logo depois do ultimato de Mizintsev que o país não aceitará a demanda russa pela rendição na cidade portuária.

— Não pode haver nenhuma rendição, deposição de armas. Já informamos o lado russo sobre isso — disse Vershchuck.

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Em seu ultimato, o general Mizintsev culpou o Batalhão Azov, formado por extremistas de direita ucranianos e hoje parte da Guarda Nacional do país, pela situação "catastrófica" na cidade de 400 mil habitantes que fica no litoral do Mar de Azov, contíguo ao Mar Negro.

"Deponham suas armas. Uma terrível catástrofe humanitária está acontecendo. Todos os que depuserem as armas têm a garantia de uma passagem segura para fora de Mariupol", disse Mizintsev, em nota distribuída pelo Ministério da Defesa.

Mariupol tem sido alvo de intensos bombardeios desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro. Muitos de seus 400 mil moradores permanecem presos na cidade com pouca ou nenhuma comida, água e energia. SegundoMizintsev, corredores humanitários seriam abertos a oeste e leste de Mariupol, permitindo que civis deixassem a cidade.

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De acordo com as autoridades ucranianas, no sábado forças russas bombardearam uma escola de arte na cidade portuária onde cerca de 400 moradores se abrigavam. A Rússia tem culpado o Batalhão Azov por ataques a civis na cidade.

Mariupol tem uma importância estratégica no mapa. Se a cidade cair, isso criaria um corredor terrestre contriolado pela Rússia entre a Península da Crimeia e as regiões de Luhansk e Donetsk, no Leste, controladas por separatistas apoiados pela Rússia.