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Acordo entre príncipe Andrew e mulher que o acusou de agressão sexual superaria US$ 16 milhões

Segundo tabloides britânicos, parte do valor vai ser doado a uma instituição de defesa dos direitos das vítimas de agressão
Virginia Giuffre acusava o Príncipe Andrew de abuso sexual há mais de duas décadas, quando tinha apenas 17 anos Foto: Reprodução da internet
Virginia Giuffre acusava o Príncipe Andrew de abuso sexual há mais de duas décadas, quando tinha apenas 17 anos Foto: Reprodução da internet

NOVA YORK — O príncipe Andrew pagará até US$ 16 milhões (R$ 83 milhões) para evitar um julgamento por agressão sexual contra uma menor de idade nos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira a imprensa britânica. Os advogados da americana que processou o príncipe, Virginia Giuffre, anunciaram na terça-feira que as partes alcançaram um acordo financeiro confidencial que permite a Andrew, 61 anos, escapar da vergonha de um processo.

O valor do acordo confidencial não foi revelado oficialmente. Sabe-se apenas que o duque de York "tem a intenção de fazer uma doação substancial à organização de Virginia Giuffre", criada no ano passado para ajudar vítimas de tráfico sexual.

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De acordo com o tabloide Daily Mirror, cerca de US$ 2 milhões do valor total serão endereçados a uma instituição beneficente, e o restante será pago a Virginia. Outros jornais afirmam que o valor do acordo seria inferior.

Procurada pela AFP, uma porta-voz de Andrew se recusou a fazer comentários. O cenário apresenta ainda a questão de por quem e como a conta será paga.

De acordo com a imprensa britânica, Andrew poderia vender seu luxuoso chalé suíço por US$ 24 milhões de dólares (R$ 124 milhões). Ele ainda teria de pagar, no entanto, uma dívida significativa por esta aquisição, feita em 2014.

O jornal conservador Daily Telegraph informa que a Elizabeth II contribuiria para o pagamento com um valor não determinado de seus recursos.

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A rainha e seu filho mais velho e herdeiro do trono, Charles, 73 anos, desejavam encerrar um escândalo especialmente embaraçoso para a família real no ano em que Elizabeth II celebra o Jubileu de Platina, 70 anos de reinado, com uma campanha que pretende reavivar o amor dos britânicos pela monarquia.

Para proteger a instituição, Andrew perdeu suas honras e títulos militares em janeiro e não pode mais usar o título de Alteza Real .

‘Andrew está acabado’

Virginia, de 38 anos, é uma das vítimas do bilionário americano Jeffrey Epstein. Declarado culpado de pedofilia por um tribunal da Flórida, ele cometeu suicídio em uma prisão de Nova York em 2019, quando aguardava um novo julgamento por tráfico e abuso de menores.

A amizade de Andrew com o empresário , que ele defendeu em uma controversa entrevista à rede BBC em novembro de 2019, provocou um escândalo que já havia obrigado o filho de Elizabeth II a abandonar a vida pública.

Em agosto do ano passado, Virginia Giuffre o acusou de ter abusado sexualmente dela em Londres, Nova York e nas Ilha Virgens, após a mediação de seu amigo. À época, ela tinha 17 anos.

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O filho da rainha sempre negou as acusações e disse que se defenderia. No início de janeiro, anunciou que compareceria "voluntariamente" para prestar depoimento em março, em Londres, diante dos advogados da americana.

A imprensa sensacionalista britânica, sempre implacável com a família real britânica, mostrou-se extremamente irritada com o acordo extrajudicial.

"Um homem verdadeiramente decidido a limpar seu nome de acusações tão atrozes teria lutado com unhas e dentes (...) e depois, em caso de vitória, teria tentado reconstruir sua vida", afirma um editorial do The Sun.

"Andrew está acabado", completa o jornal, ao afirmar que ele "deve abandonar por completo a vida pública e viver sua aposentadoria em vergonha".