Acordo entre príncipe Andrew e mulher que o acusou de agressão sexual superaria US$ 16 milhões

Segundo tabloides britânicos, parte do valor vai ser doado a uma instituição de defesa dos direitos das vítimas de agressão

NOVA YORK — O príncipe Andrew pagará até US$ 16 milhões (R$ 83 milhões) para evitar um julgamento por agressão sexual contra uma menor de idade nos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira a imprensa britânica. Os advogados da americana que processou o príncipe, Virginia Giuffre, anunciaram na terça-feira que as partes alcançaram um acordo financeiro confidencial que permite a Andrew, 61 anos, escapar da vergonha de um processo.

O valor do acordo confidencial não foi revelado oficialmente. Sabe-se apenas que o duque de York "tem a intenção de fazer uma doação substancial à organização de Virginia Giuffre", criada no ano passado para ajudar vítimas de tráfico sexual.

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De acordo com o tabloide Daily Mirror, cerca de US$ 2 milhões do valor total serão endereçados a uma instituição beneficente, e o restante será pago a Virginia. Outros jornais afirmam que o valor do acordo seria inferior.

Procurada pela AFP, uma porta-voz de Andrew se recusou a fazer comentários. O cenário apresenta ainda a questão de por quem e como a conta será paga.

De acordo com a imprensa britânica, Andrew poderia vender seu luxuoso chalé suíço por US$ 24 milhões de dólares (R$ 124 milhões). Ele ainda teria de pagar, no entanto, uma dívida significativa por esta aquisição, feita em 2014.

O jornal conservador Daily Telegraph informa que a Elizabeth II contribuiria para o pagamento com um valor não determinado de seus recursos.

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A rainha e seu filho mais velho e herdeiro do trono, Charles, 73 anos, desejavam encerrar um escândalo especialmente embaraçoso para a família real no ano em que Elizabeth II celebra o Jubileu de Platina, 70 anos de reinado, com uma campanha que pretende reavivar o amor dos britânicos pela monarquia.

Para proteger a instituição, Andrew perdeu suas honras e títulos militares em janeiro e não pode mais usar o título de Alteza Real .

Adolescente ucraniano pula trincheira cavada para soldados que servem na frente leste de seu país e enfrentam separatistas apoiados pela Rússia, perto da vila de Chervone, no leste da Ucrânia Foto: ALEKSEY FILIPPOV / AFP
Casal recém-casado se abraça durante uma cerimônia de casamento coletiva em Manágua Foto: OSWALDO RIVAS / AFP
Autoridades caminham em direção ao local da libertação de sete soldados senegaleses capturados pelo Movimento das Forças Democráticas de Casamance (MFDC) em um assentamento abandonado, Baipal, na Gâmbia Foto: MUHAMADOU BITTAYE / AFP
O ativista Charles-Eric e seu primo Lewis Beauregard de 11 meses descansam em motor home durante caravana deprotesto de caminhoneiros negacionistas em frentre ao parlamento do Canadá em Ottawa Foto: ED JONES / AFP
Homem decorado com flores de plástico apoia o candidato presidencial sul-coreano Yoon Suk-yeol, do partido de oposição People Power Party, durante uma campanha eleitoral no centro de Seul Foto: JUNG YEON-JE / AFP
Momento em que o goleiro da Alemanha, Mathias Niederberger, sofre um gol durante a partida do play-off da qualificação masculina da competição de hóquei no gelo dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 entre Eslováquia e Alemanha, no Estádio Nacional Indoor de Pequim Foto: SONG YANHUA / AFP
Riquixá carregado de galhos de árvores percorre uma rua em Hyderabad, Índia Foto: NOAH SEELAM / AFP

 

‘Andrew está acabado’

Virginia, de 38 anos, é uma das vítimas do bilionário americano Jeffrey Epstein. Declarado culpado de pedofilia por um tribunal da Flórida, ele cometeu suicídio em uma prisão de Nova York em 2019, quando aguardava um novo julgamento por tráfico e abuso de menores.

A amizade de Andrew com o empresário , que ele defendeu em uma controversa entrevista à rede BBC em novembro de 2019, provocou um escândalo que já havia obrigado o filho de Elizabeth II a abandonar a vida pública.

Em agosto do ano passado, Virginia Giuffre o acusou de ter abusado sexualmente dela em Londres, Nova York e nas Ilha Virgens, após a mediação de seu amigo. À época, ela tinha 17 anos.

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O filho da rainha sempre negou as acusações e disse que se defenderia. No início de janeiro, anunciou que compareceria "voluntariamente" para prestar depoimento em março, em Londres, diante dos advogados da americana.

A imprensa sensacionalista britânica, sempre implacável com a família real britânica, mostrou-se extremamente irritada com o acordo extrajudicial.

"Um homem verdadeiramente decidido a limpar seu nome de acusações tão atrozes teria lutado com unhas e dentes (...) e depois, em caso de vitória, teria tentado reconstruir sua vida", afirma um editorial do The Sun.

"Andrew está acabado", completa o jornal, ao afirmar que ele "deve abandonar por completo a vida pública e viver sua aposentadoria em vergonha".