Mundo Coronavírus

África do Sul avalia que pico da Ômicron no país já passou e suspende toque de recolher

Média de casos passou de 23 mil em 18 de dezembro para 11 mil; internações e mortes não aumentaram
Futebol de praia em Durban: sem máscaras, apesar da obrigatoriedade de uso Foto: RAJESH JANTILAL / AFP/16-12-2021
Futebol de praia em Durban: sem máscaras, apesar da obrigatoriedade de uso Foto: RAJESH JANTILAL / AFP/16-12-2021

CIDADE DO CABO — O governo da África do Sul suspendeu nesta quinta-feira o toque de recolher entre meia-noite e 4h, avaliando que o país ultrapassou o pico de sua quarta onda da Covid-19, impulsionada pela variante Ômicron. O país fez a mudança com base na trajetória da pandemia, níveis de vacinação no país e capacidade disponível no setor saúde, de acordo com um comunicado divulgado por Mondli Gungubele, ministro da Presidência.

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"Todos os indicadores sugerem que o país pode ter ultrapassado o pico da quarta onda em nível nacional", disse um comunicado da reunião especial do Gabinete.

Embora tenha sido o país africano mais atingido pela pandemia , com cerca de 3,5 milhões de infecções e 91 mil mortes, a África do Sul está atualmente no mais baixo de seus níveis de alerta. Dados da Secretaria de Saúde apontaram queda de 29,7% no número de casos novos detectados na semana encerrada em 25 de dezembro, em relação ao número de casos da semana anterior. A média diária de casos caiu de mais de 23 mil, em 18 de dezembro, para 11.500 agora.

"Mesmo que a variante Ômicron seja altamente transmissível, houve taxas mais baixas de hospitalização do que nas ondas anteriores", disse o comunicado oficial, acrescentando que o uso de máscaras em locais públicos continua obrigatório.

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— A velocidade com a quarta onda provocada pela Ômicron cresceu, chegou ao pico e depois entrou em declínio é impressionante — disse Fareed Abdullah, do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul. — Pico em quatro semanas e queda súbita em duas. Foi uma tempestade mais do que uma onda.

Apesar de suspender as restrições ao movimento do público, o governo informou que as reuniões serão restritas ao máximo de mil pessoas em ambientes fechados e a 2 mil ao ar livre.

Também liberou a venda de bebidas alcoólicas a qualquer hora, um benefício bem-vindo para comerciantes e empresas duramente atingidas pela pandemia e que procuram se recuperar durante a época festiva.