WASHINGTON — Ex-estrategista político republicano e aliado próximo do ex-presidente americano Donald Trump, Steve Bannon se declarou inocente nesta quarta-feira das acusações de "obstrução dos poderes de investigação do Congresso" sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro, segundo documentos judiciais.
O ex-assessor de 67 anos está sendo processado por se recusar a testemunhar e apresentar documentos à comissão especial da Câmara dos Deputados, liderada pelos democratas, que investiga o papel de Trump no ataque de seus apoiadores à sede do Congresso.
Ele se tornou réu na sexta-feira e, no mesmo dia, compareceu a um tribunal federal para uma audiência preliminar, na qual a juíza Robin Meriweather determinou que aguarde o julgamento em liberdade, como era previsto.
Na segunda-feira, Bannon, que pode pegar entre 30 dias e um ano de prisão pelas acusações, entregou-se ao FBI durante a manhã e deve comparecer perante um juiz federal nesta quinta-feira.
— Vamos ao ataque, estamos cansados de jogar na defesa — afirmou ele a jornalistas na segunda, acusando o presidente democrata Joe Biden de ter ordenado diretamente o processo.
Convocado pela comissão, Bannon se recusou a colaborar, alegando que as comunicações com o então presidente seriam confidenciais, em uma estratégia instruída pelo próprio Trump.
A comissão suspeita que nos dias que antecederam o ataque o ex-assessor falou sobre a manifestação com Trump, e que fazia parte da "célula de crise" liderada pelos assessores do então presidente, baseada em um hotel de luxo em Washington. A expectativa de é de que seu depoimento permita que os deputados entendam o que Trump estava fazendo antes e durante o ataque.
A acusação de Bannon é, de acordo com a comissão, "uma mensagem clara" para quem se recusa a cooperar. A comissão, que já ouviu mais de 150 testemunhas, divulgou novas intimações na semana passada contra membros da comitiva de Trump, incluindo a ex-porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, e o ex-assessor Stephen Miller.
Seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows, também pode ser processado por rejeitar uma convocação.