BRASÍLIA — Após encerrar o 11º Encontro da Cúpula do Brics nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro falou a apoiadores na porta do Palácio da Alvorada que as reuniões foram “excelentes” e que país "tem muito a oferecer". Ele parou, como de costume, para cumprimentar os militantes que o esperavam no local. O Brics é o grupo formado por Rússia, China, Brasil, Índia e África do Sul.
Questionado por jornalistas sobre a reunião que teve com o presidente da Rússia , Vladmir Putin , Bolsonaro evitou dizer se a situação política dos vizinhos Bolívia e Venezuela foi abordada.
— Foi excelente. É coisa reservada — limitou-se a dizer.
Bolsonaro demonstrou cansaço e deu respostas curtas à imprensa. Ele também se esquivou de fazer um vídeo com uma apoiadora por estar cansado. Ela afirmou que deve ser candidata à vereadora e ouviu a recomendação para não falar “de política e de vereador”.
A reunião dos líderes dos países que integram o bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) terminou nesta quinta com uma declaração conjunta que não mencionou as crises nos países vizinhos por falta de posições consensuais. O documento contém um capítulo voltado a conjunturas regionais, trata de temas relacionados à África, ao Oriente Médio e até à Coreia do Norte, mas omite a situação em países como a Bolívia, onde o presidente Evo Morales acaba de renunciar, e a Venezuela, onde a deterioração política, econômica e social levou 4 milhões de pessoas a emigrar.
Entre integrantes do bloco, o Brasil é o único a reconhecer o líder opositor de Nicolás Maduro, Juan Guaidó, como presidente venezuelano. Rússia, China, Índia e África do Sul seguem reconhecendo Maduro como chefe de Estado legítimo do país.
Na Bolívia, o Brasil não considera que houve um golpe de Estado, diferentemente da Rússia, embora o país tenha anunciado nesta quinta que tratará formalmente com a senadora Jeanine Áñez , que se autoproclamou presidente boliviana, até que haja uma transição mais clara de poder.
Bolsonaro afirmou aos apoiadores que o “mundo está de olho” no Brasil , que está “recuperando a confiança”. Questionado pelos jornalistas sobre o balanço da cúpula, o presidente foi breve:
— Foi excelente. Tivemos quatro chefes de Estado excepcionais. A presença deles aqui demonstra que o Brasil é um país sério e que tem muito a oferecer a eles.
O presidente deve viajar neste sábado para, segundo ele, visitar sua mãe, de 92 anos. Há também a possibilidade de Bolsonaro acompanhar o clássico entre Santos e São Paulo, que jogam neste sábado na Vila Belmiro. Pelo menos duas torcidas organizadas do Santos, a Torcida Jovem e a Sangue Jovem, publicaram notas repudiando a possível ida do presidente ao estádio.