Câmara dos EUA aprova comissão para investigar ataque ao Capitólio

Projeto agora vai para um Senado dividido entre democratas e republicanos, onde seu futuro não está claro
Apoiadores do ex-presidente Donald Trump no dia que invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 Foto: Tasos Katopodis / AFP

WASHINGTON — A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou nesta quarta-feira a criação de uma comissão independente para investigar o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que incitou a invasão. A medida foi apoiada por um número significativo de republicanos, desafiando as tentativas dos líderes do partido de bloqueá-la.

Nos últimos dois dias, o líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, e o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, trabalharam para barrar um projeto de lei bipartidário que estabelece a comissão para investigar o ataque que deixou cinco mortos.

Conspiração : Como partidários de Trump criaram a mentira sobre presença de antifas na invasão do Capitólio

A Câmara aprovou por 252 votos a 175 a comissão , que foi elaborada em linha com o painel que investigou os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. O projeto agora vai para o Senado, onde seu futuro não está claro.

O Senado americano tem 50 representantes de cada lado, com a vantagem dos democratas que têm a vice-presidente Kamala Harris, que é quem garante o desempate, se necessário. No entanto, a maioria dos projetos precisam de 60 votos para serem aprovados.

RICHARD BARNETT, 66 anos, foi preso na setx-feira (8), por participação na invasão do Capitólio dos EUA, em Washington. O apoiador do presidente Donald Trump é o mesmo que aparece em imagens sentado e com os pés sobre uma mesa no escritório da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi Foto: SAUL LOEB / AFP
JACOB ANTHONY CHANSLEY. Também conhecido como Jake Angeli, 32, do Arizona, foi preso no final da tarde de sábado (9). Considerado o personagem que simbolizou a invasão ao Capitólio por causa de sua caracterização, o radical trumpista se apresentou voluntariamente às autoridades em Washington. Durante a invasão, Jake, que é adepto da teoria conspiratória QAnon, tinha o rosto pintado com as cores da bandeira dos EUA e vestia um chapéu de pele com chifres Foto: STEPHANIE KEITH / REUTERS
ADAM CHRISTIAN JOHNSON, 36 anos, residente da Flórida, preso na noite de sexta-feira (8). Durante o tumulto no Capitólio, Adam foi flagrado carregando o púlpito da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi Foto: WIN MCNAMEE / AFP
LARRY RENDELL BROCK, de 53 anos, foi preso depois que sua ex-mulher o denunciou ao FBI. Texano, ele se rendeu aos agentes no domingo (10). Brock, que aparece em fotos registradas na Câmara do Senado, usava um capacete verde e um colete à prova de balas. Ele é tenente-coronel aposentado da Força Aérea dos Estados Unidos Foto: Win McNamee /  
ERIC MUNCHEL, 30 anos, do estado do Tennesse, foi preso no domingo (10). Ele foi identificado como o homem que aparece vestindo colete à prova de balas e carregando presílias plásticas dentro do prédio do Capitólio. Ele também portava um taser durante a invasão Foto: WIN MCNAMEE / AFP
DOUG JENSEN, 41 anos, morador do estado de Iowa, foi preso pelo FBI na madrugada de sábado. Doug foi reconhecido em imagem que se tornou icônica durante o motim no Capitólio. É ele o homem que, vestindo um boné de tricô e uma camiseta da QAnon com uma águia, aparece com os braços abertos enfrentando seguranças do Congresso Foto: MIKE THEILER / REUTERS

Na Câmara, o sólido número de republicanos votando pela investigação independente — 35 de 211 — sinalizou algumas falhas na defesa do partido de Trump em uma votação-chave.

O líder da maioria na Câmara, Steny Hoyer, um democrata, disse que McCarthy "obteve o que pediu" em um acordo sobre a estrutura da comissão, e acrescentou: "Trump não quer esta comissão". McCarthy é um aliado próximo de Trump.