Celina
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Por Susanne Neumayer-Remter; Tanya Wood; Petra Wischgoll; da Reuters


Chanceler Angela Merkel participa de evento na cidade de Burgergarten, em Templin, Alemanha ANNEGRET HILSE/ Reuters — Foto:
Chanceler Angela Merkel participa de evento na cidade de Burgergarten, em Templin, Alemanha ANNEGRET HILSE/ Reuters — Foto:

BERLIM e COLÔNIA — A chanceler alemã, Angela Merkel, tornou-se um ícone feminista após 16 anos no poder, embora a mulher mais poderosa do mundo só tenha aceitado esse rótulo tardiamente, enquanto se prepara para deixar o cargo. Mas ela admite que a igualdade de gênero ainda está muito longe.

— Ela é admirada por mulheres em todo o mundo, este é seu principal legado: que uma mulher tenha mostrado do que é capaz e faça isso com dignidade e determinação — disse a ativista feminista alemã Alice Schwarzer à Reuters.

Uma das raras mulheres nos escalões superiores do conservador partido União Democrata Cristã (CDU), dominado por homens, Merkel, 67, evitou por muito tempo se classificar como feminista e apenas relutantemente apoiou algumas políticas promovidas por feministas, como cotas para mulheres em conselhos de administração.

— Ela não passou os últimos 16 anos realizando grandes feitos feministas. Para ser justa, ela tinha outras coisas na lista — disse Schwarzer, observando que Merkel apoiou políticas que ajudaram as mulheres a expandir o cuidado infantil financiado pelo Estado. — Exatamente o fato de ela existir é uma afirmação feminista — completou.

Em 2017, Merkel evitou dizer que se considerava feminista quando instada a fazê-lo em um evento com a então diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e Ivanka Trump, filha do então presidente dos EUA, Donald Trump. "Não quero me condecorar com um título que não tenho", disse Merkel à época.

Em seu último discurso no Parlamento alemão, a chanceler, que deixa o cargo após as eleições de 26 de setembro, defendeu o candidato conservador e criticou o rival por uma possível coalizão com a extrema esquerda.

Enquanto seu tempo no poder chega ao fim, Merkel — que cresceu na antiga Alemanha Oriental comunista e tem um doutorado em química quântica — reconsiderou sua posição. “Pensei muito na minha resposta e posso dizer que sim: devemos ser todos feministas”, disse Merkel durante um evento com a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, cuja palestra no TED intitulada "Devemos ser todos feministas" se tornou viral em 2013.

Na estreia de um filme que conta a história de mulheres políticas proeminentes na Alemanha Ocidental do pós-guerra, Merkel disse no mês passado que estava desapontada com o fato de as mulheres ainda representarem apenas 31% dos assentos no Parlamento. "Ainda não alcançamos a igualdade entre mulheres e homens na Alemanha. Ainda há muito a ser feito", disse.

Schwarzer lembrou que a Alemanha não estava realmente pronta para sua primeira chanceler quando o CDU de Merkel venceu a eleição em 2005, com seu predecessor Gerhard Schroeder dizendo publicamente que ela não estava à altura do cargo. Mas Merkel pode até superar o ex-mentor Helmut Kohl como a pessoa há mais tempo no cargo se demorar muito para a formação de uma coalizão após a eleição de 26 de setembro. Schwarzer disse que está impressionada com a maneira como Merkel se manteve entre os homens poderosos:

— Há uma piada na Alemanha: um garotinho pergunta, mãe, os homens também podem se tornar chanceleres? Uma pessoa provou [que era possível] e agora isso está naturalizado, e ninguém pode tirar isso dela.

Apesar de Merkel usar terninhos simples que atenuam sua feminilidade, Schwarzer disse que a chanceler ainda tem um certo charme feminino que usa nas negociações com líderes mundiais como o presidente francês, Emmanuel Macron.

— Ela tem algo de feminino e é mais do que capaz de flertar. Quero dizer, você vê isso quando ela se encontra com Macron, por quem ela tem uma simpatia clara — disse a ativista.

Mulheres e meninas dizem que o impacto de Merkel — frequentemente conhecida como "Mutti", ou mãe, embora ela mesma não tenha filhos — foi profundo em um país onde os papéis tradicionais de gênero estão mudando lentamente.

— Ela fez muito para abrir o caminho para outras pessoas, agora é completamente normal ver mulheres candidatas a chanceler. E nem sempre foi assim — disse Maria Luisa Schill, moradora da cidade universitária de Freiburg, no sudoeste do país.

Lia, uma menina de 9 anos de Berlim, disse que gostaria de ser chanceler um dia. Questionada sobre o que faria, Lia disse:

— Trabalhar! Eu só seguiria em frente e ganharia dinheiro!

Sua mãe, Nancy, acrescentou:

— (Merkel) tem muita força e influência em muitas pessoas e acho que especialmente nas mulheres.

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