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Chefe do Exército egípcio convoca protestos contra a violência

Irmandade Muçulmana considera apelo militar uma ameaça e diz que não vai desistir de manifestações

Abdel-Fattah al-Sissi em uma cerimônia de formação militar
Foto: Jim Watson / AP
Abdel-Fattah al-Sissi em uma cerimônia de formação militar Foto: Jim Watson / AP

CAIRO - O chefe do Exército do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, convocou protestos de massa nesta quarta-feira, em uma campanha para acabar com a violência e o terrorismo. Al-Sisi, que liderou o golpe contra o presidente Mohamed Mursi em 3 de julho, pediu aos egípcios que saiam às ruas na sexta-feira e negou as acusações de que tenha traído Mursi. O general voltou a prometer seguir o calendário político estabelecido para uma reforma constitucional e a realização de novas eleições em até seis meses.

Em um discurso nesta quarta-feira em uma cerimônia de formação militar, Al-Sisi fez clara referência à intensificação de ataques por supostos islâmicos contra as forças de segurança na Península do Sinai e a confrontos entre opositores e simpatizantes de Mursi que deixaram dezenas de mortos desde a derrubada do presidente.

- Eu peço que na próxima sexta-feira todos os egípcios honestos e confiáveis saiam - disse Al-Sisi em declarações transmitidas ao vivo pela mídia estatal. - Por que sair? Para me darem mandato e ordem para que eu enfrente a violência e o potencial terrorismo.

O membro da Irmandade Muçulmana Essam El-Erian considerou o apelo do general uma ameaça e prometeu que não iria parar com os protestos em apoio à reintegração do presidente deposto.

“Sua ameaça não vai evitar que milhares de pessoas continuem protestando”, escreveu Erian no Facebook.

A convocação de Al-Sisi vem após um atentado a bomba em uma delegacia da polícia em Mansoura, a 110 quilômetros ao norte de Cairo, que matou uma pessoa e feriu vários outros.