Clima e ciência
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Por O Globo, com agências internacionais — Paris

O planeta Terra registrou, novamente, o dia mais quente desde que medições em nível mundial começaram a ser realizadas em 1979. De acordo com dados divulgados pela Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês), na segunda-feira, os termômetros marcaram a temperatura média de 17,01° Celsius, em meio ao contexto das crescentes emissões de carbono ao redor do globo. Só que, na terça, a média alcançou novo recorde, de 17,18°C.

A medição se refere à temperatura média do ar na superfície do planeta, segundo os Centros Nacionais de Previsão Ambiental, órgão ligado à Noaa. As marcas de segunda e terça superam o recorde diário de 16,92º Celsius registrado em 24 de julho de 2022 (a medição começou em 1979).

O recorde ainda precisa ser corroborado por outras fontes e medições, mas a expectativa é de que ele seja quebrado rapidamente. No início de junho, as temperaturas médias globais foram as mais altas já registradas nesse período, segundo o serviço europeu Copernicus.

De acordo com a Noaa, a temperatura do ar, que tem oscilado entre 12° Celsius e 17° Celsius, aproximadamente, em média diária durante o ano, era de 16,20° Celsius, em média, no mesmo período (começo de julho) entre 1979 e 2000.

Pessoas se sentam em espreguiçadeiras na grama seca sob o sol no Hyde Park, no centro de Londres. — Foto: Henry Nicholls/AFP
Pessoas se sentam em espreguiçadeiras na grama seca sob o sol no Hyde Park, no centro de Londres. — Foto: Henry Nicholls/AFP

— Este não é um marco que deveríamos comemorar, é uma sentença de morte para pessoas e ecossistemas — disse a cientista climática Friederike Otto, do Grantham Institute for Climate Change and the Environmen do Imperial College, no Reino Unido. — É preocupante, enão será o dia mais quente por muito tempo.

O calor no Hemisfério Norte coloca em risco milhões de pessoas em todo o mundo. A China está passando por sua mais recente onda de calor, depois que as temperaturas quebraram recordes em Pequim. O calor extremo na Índia foi associado a mortes no mês passado.

Efeito El Niño

De acordo com os cientistas, os registros podem ser uma indicação do fenômeno El Niño, geralmente associado ao aumento das temperaturas globais, somado aos efeitos das mudanças climáticas.

— Infelizmente, promete ser apenas o primeiro de uma série de novos recordes estabelecidos este ano, à medida que as emissões crescentes de dióxido de carbono e gases de efeito estufa, juntamente com um crescente evento El Niño, levam as temperaturas a novos recordes — disse Zeke Hausfather, pesquisador cientista da Berkeley Earth, em um comunicado reproduzido pela Reuters.

A ONU pediu, ontem, que governos antecipem as consequências do El Niño "para salvar vidas e meios de subsistência".

— A chegada do El Niño aumentará consideravelmente a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e desencadear um calor mais extremo em muitas regiões do mundo e nos oceanos — alertou Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial.

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