Após a cápsula espacial da Nasa com a maior amostra já coletada da superfície de um asteroide chegar nos Estados Unidos no último 24 de setembro, a agência afirmou ter encontrado um problema não previsto. A coleta do material tem progredido mais lentamente do que o planejado porque, segundo a organização, cientistas descobriram que há mais material do que se pensava.
A abundância resultou em um meticuloso processo de desmontagem do “Touch-and-Go” (Tagsam), que contêm a maior parte do material. Quando abriram o recipiente que continha a amostra, em 26 de setembro, os pesquisadores observaram que havia partículas escapando lentamente do local antes de serem armazenadas adequadamente — e que a quantidade dentro do recipiente “era ainda maior que o previsto”.
“O maior ‘problema’ que podemos ter é que há tanto material que estamos levando mais tempo do que esperávamos para coletá-lo”, afirmou Christopher Snead, vice-líder da equipe de curadoria da missão Osiris-Rex, em comunicado. “Há muito material valioso fora do cabeçote do Tagsam. É realmente espetacular ter tudo isso aqui”.
![Os especialistas em recuperação da Lockheed Martin, Levi Hanish e Michael Kaye, removem a tampa do recipiente de retorno de amostra — Foto: Nasa / Robert Markowiz](https://s2-oglobo.glbimg.com/Cc2DuOxVUotiixbktcoyz0i2gR8=/0x0:4096x2731/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/N/o/El8VIqQ7CkyNgmGBHHwg/f6-qcktweaektfg.jpg)
A primeira amostra coletada fora do cabeçote do Tagsam agora está nas mãos de cientistas que estão conduzindo uma análise rápida para obter uma compreensão inicial. Segundo Lindsay Keller, membro do grupo de análise, a equipe possui “todas as técnicas que podem ser aplicadas para sequenciá-lo, quase até a escala atômica”. A análise rápida utilizará vários instrumentos, incluindo um microscópio eletrônico de varredura, medições infravermelhas e difração de raios X.
Nas próximas semanas, a equipe de curadoria deverá transferir o cabeçote para uma câmara de manipulação especializada diferente, onde realizará o complexo processo de desmontagem para finalmente revelar a amostra em massa que ela contém. O primeiro item encontrado pela equipe da Nasa foi o “pó preto e de granulação fina”. A agência não especificou, porém, se eram fragmentos do asteroide ou outro sedimento.
Imagens noturnas ao redor do mundo registradas pela Estação Espacial Internacional (ISS)
![Vista de São Paulo, contrastando com Guarulhos à direita, num tom de luz diferente, a partir da Estação Espacial Internacional a cerca de 420 quilômetros de distância do solo. Registro de 4 de julho de 2022 — Foto: Space_Station / Nasa / Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/By4Sb30AKOFMDC9eMyEqzS1ZM5U=/0x0:5568x3712/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/c/3/pAZG9ISN2VqBLYf6ypsQ/sao-paulo-nasa-noite.jpg)
![Vista de São Paulo, contrastando com Guarulhos à direita, num tom de luz diferente, a partir da Estação Espacial Internacional a cerca de 420 quilômetros de distância do solo. Registro de 4 de julho de 2022 — Foto: Space_Station / Nasa / Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/ppxQ3u4huXLFqF2ioKVHmNNcomQ=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/c/3/pAZG9ISN2VqBLYf6ypsQ/sao-paulo-nasa-noite.jpg)
Vista de São Paulo, contrastando com Guarulhos à direita, num tom de luz diferente, a partir da Estação Espacial Internacional a cerca de 420 quilômetros de distância do solo. Registro de 4 de julho de 2022 — Foto: Space_Station / Nasa / Divulgação
![Vista do Rio de Janeiro à noite, com Niterói à direita, a partir da Estação Espacial Internacional, a cerca de 420 quilômetros do solo. Registro de 4 de julho de 2022 — Foto: Space_Station / Nasa / Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/aUreoWi6FXI5bod4hmUXFCDn7Ew=/0x0:5568x3712/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/J/A/HlBn4fTqWt3SIyyJOEHw/rio-de-janeiro-niteroi-nasa-noite.jpg)
![Vista do Rio de Janeiro à noite, com Niterói à direita, a partir da Estação Espacial Internacional, a cerca de 420 quilômetros do solo. Registro de 4 de julho de 2022 — Foto: Space_Station / Nasa / Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/ZpoBtmc2V_8Zjft9tTXBvOq4fVc=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/J/A/HlBn4fTqWt3SIyyJOEHw/rio-de-janeiro-niteroi-nasa-noite.jpg)
Vista do Rio de Janeiro à noite, com Niterói à direita, a partir da Estação Espacial Internacional, a cerca de 420 quilômetros do solo. Registro de 4 de julho de 2022 — Foto: Space_Station / Nasa / Divulgação
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![Visão noturna de Curitiba em foto da Estação Espacial Internacional, tirada em 4 de julho de 2022, enquanto orbitava a cerca de 420 quilômetros do solo — Foto: Space_Station / Nasa / Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/0wa_5BPTH009siVeJQ6-rx_QtaU=/0x0:5568x3712/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/s/j/QkIOXbSKyjdvbU3GgQAQ/curitiba-nasa-noite.jpg)
![Visão noturna de Curitiba em foto da Estação Espacial Internacional, tirada em 4 de julho de 2022, enquanto orbitava a cerca de 420 quilômetros do solo — Foto: Space_Station / Nasa / Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/tJuTtRaq9RekTs2GLmkzyG6IB_k=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/s/j/QkIOXbSKyjdvbU3GgQAQ/curitiba-nasa-noite.jpg)
Visão noturna de Curitiba em foto da Estação Espacial Internacional, tirada em 4 de julho de 2022, enquanto orbitava a cerca de 420 quilômetros do solo — Foto: Space_Station / Nasa / Divulgação
![Vista da costa Sudeste do Brasil durante amanhecer em 18 de agosto de 2021. Registro da Estação Espacial Internacional a cerca de 420 quilômetros do solo](https://s2-oglobo.glbimg.com/au15-xPJ0TwOyr7LhrEzFUt-Wjo=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/F/a/p4TRB1SEGVWa7kOCYV5Q/costa-brasil-sudeste.jpg)
Vista da costa Sudeste do Brasil durante amanhecer em 18 de agosto de 2021. Registro da Estação Espacial Internacional a cerca de 420 quilômetros do solo
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![Luzes da Itália vistas à noite a partir da Estação Espacial Internacional durante crepúsculo orbital em 13 de maio de 2021, a cerca de 420 quilômetros do solo](https://s2-oglobo.glbimg.com/bR5INLLkJzVR7o7FQpjpOa6A1Rk=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/I/y/4qvSpwRcOXNbTVZHaALA/italia-nasa-noite.jpg)
Luzes da Itália vistas à noite a partir da Estação Espacial Internacional durante crepúsculo orbital em 13 de maio de 2021, a cerca de 420 quilômetros do solo
![As luzes noturnas de Istambul, Turquia, divididas pelo Estreito de Bósforo e pelo Chifre de Ouro, são retratadas da Estação Espacial Internacional enquanto orbitava a cerca de 420 quilômetros acima do Mar Negro. Registro de 10 de maio de 2021](https://s2-oglobo.glbimg.com/5InX6TNwOGdMESE-XXGrAuSRQGA=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/r/p/LAYsCJTzKlAT4ODDkl0g/istambul-nasa-noite.jpg)
As luzes noturnas de Istambul, Turquia, divididas pelo Estreito de Bósforo e pelo Chifre de Ouro, são retratadas da Estação Espacial Internacional enquanto orbitava a cerca de 420 quilômetros acima do Mar Negro. Registro de 10 de maio de 2021
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![Luzes da cidade de Montreal retratadas pela Estação Espacial Internacional em 26 de fevereiro de 2021 enquanto estava a cerca de 420 quilômetros acima de Quebec, Canadá](https://s2-oglobo.glbimg.com/AK0niCaULAo9WDZrhwgW5-n8GQo=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/B/w/jjWAJzSxO1VCOSFZiYAw/montreal-nasa-noite.jpg)
Luzes da cidade de Montreal retratadas pela Estação Espacial Internacional em 26 de fevereiro de 2021 enquanto estava a cerca de 420 quilômetros acima de Quebec, Canadá
![Suécia e Finlândia, com o Mar Báltico entre elas, vistas à noite com uma aurora acima do horizonte da Terra em registro da Estação Espacial Internacional, a cerca de 420 quilômetros acima da Romênia, datado de 18 de janeiro de 2021](https://s2-oglobo.glbimg.com/oW5oNUyftQWXDmEPqqVsExa6-wY=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/1/j/wtxBoxQP2FXQOWL9QBQQ/suecia-finlandia-nasa-noite.jpg)
Suécia e Finlândia, com o Mar Báltico entre elas, vistas à noite com uma aurora acima do horizonte da Terra em registro da Estação Espacial Internacional, a cerca de 420 quilômetros acima da Romênia, datado de 18 de janeiro de 2021
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![Fotografia noturna área metropolitana de Nova York e Nova Jersey tirada em 30 de dezembro de 2020 a partir da Estação Espacial Internacional, a cerca de 420 quilômetros acima da Pensilvânia](https://s2-oglobo.glbimg.com/sNgXoWX3Mu_xHwkbhmX4IljfvFw=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/A/h/hWbfx6Sz6Mf1sDDusdUQ/nova-york-nova-jersey-nasa-noite-1-.jpg)
Fotografia noturna área metropolitana de Nova York e Nova Jersey tirada em 30 de dezembro de 2020 a partir da Estação Espacial Internacional, a cerca de 420 quilômetros acima da Pensilvânia
![Paris, França, a "Cidade da Luz", com o rio Sena, é retratada enquanto a Estação Espacial Internacional orbitava a cerca de 420 quilômetros do solo em 25 de novembro de 2020](https://s2-oglobo.glbimg.com/-o-f6FGrSYtaRi3twWKQA-fG18A=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/j/P/1SCmE8RR2l7HFFLGm4Yg/paris-nasa-noite.jpg)
Paris, França, a "Cidade da Luz", com o rio Sena, é retratada enquanto a Estação Espacial Internacional orbitava a cerca de 420 quilômetros do solo em 25 de novembro de 2020
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![Doha, a capital do Catar, é fotografada da Estação Espacial Internacional enquanto orbitava acima da península Arábica em 25 de março de 2020](https://s2-oglobo.glbimg.com/NBGoyvsZzt1tFWV5JGutHiIunOQ=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/u/9/AXw7kfQHyyahEWJX0TXA/catar-nasa-noite.jpg)
Doha, a capital do Catar, é fotografada da Estação Espacial Internacional enquanto orbitava acima da península Arábica em 25 de março de 2020
![As luzes de Tóquio, Japão, e as cidades vizinhas de Kawasaki e Yokohama, na Baía de Tóquio, foram fotografadas da Estação Espacial Internacional durante uma passagem noturna orbital a cerca de 420 quilômetros acima da nação insular em 15 de março de 2020](https://s2-oglobo.glbimg.com/ZM4UevWdbDhbYl581hmtl3Fpob0=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/k/U/xVBzMYREqlD15crLQs5g/toquio-nasa-noite.jpg)
As luzes de Tóquio, Japão, e as cidades vizinhas de Kawasaki e Yokohama, na Baía de Tóquio, foram fotografadas da Estação Espacial Internacional durante uma passagem noturna orbital a cerca de 420 quilômetros acima da nação insular em 15 de março de 2020
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Segredo da vida na Terra
Bennu é um asteroide rico em carbono e que foi descoberto em 1999. A rocha é classificada como um “objeto próximo à Terra” porque passa relativamente perto do planeta a cada seis anos. Apesar disso, as chances de um impacto são consideradas remotas (uma probabilidade em 2,7 mil). Considerado pequeno, Bennu mede 500 metros de diâmetro, o que o torna pouco mais largo que o Empire State Building, em Nova York.
Na próxima quarta-feira, uma conferência de imprensa deverá “apresentar a amostra”. A análise da composição do asteroide Bennu permitirá aos cientistas entender melhor como o Sistema Solar se formou, há 4,5 bilhões de anos, e como a Terra se tornou habitável. Os cientistas acreditam que esse corpo celeste seja rico em carbono e contenha moléculas de água presas em minerais.