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'Ele sabe o que fez e espero que o esclareça', diz mulher que acusa Príncipe Andrew de abuso sexual

Virginia Giuffre diz que foi obrigada a ter relações sexuais com o filho de Elizabeth II aos 17 anos; Príncipe de York nega acusações
Virginia Giuffre, chega a tribunal em Nova York ao lado do advogado David Boies Foto: SHANNON STAPLETON / REUTERS
Virginia Giuffre, chega a tribunal em Nova York ao lado do advogado David Boies Foto: SHANNON STAPLETON / REUTERS

NOVA YORK — Virginia Giuffre, uma das 16 mulheres que acusam o bilionário Jeffrey Epstein de abuso sexual , disse que foi forçada a ter relações sexuais com o Príncipe Andrew , filho da Rainha Elizabeth II, quando tinha apenas 17 anos. A mulher de 35 anos já havia feito as acusações ao integrante da realeza britânica em outra ocasião, mas a reforçou o caso nesta terça-feira, ao fim de uma audiência em Nova York, nos Estados Unidos, para o arquivamento do processo contra Epstein após a morte dele.

— Ele sabe exatamente o que ele fez e espero que o esclareça. Obrigada. — disse Virginia à jornalistas que estavam no local. Ela disse em depoimento que foi forçada a ter relações com o príncipe em três ocasiões.

Virginia alega ter sido mantida como uma "escrava sexual" por Epstein. Ela disse durante audiência que tinha apenas 15 anos e trabalhava no Resort Mar-a-Lago, que pertence a Donald Trump, quando foi abordada pela socialite Ghislaine Maxwell para fazer massagens no empresário.

Em um comunicado divulgado na última semana, o Palácio de Buckingham, informou que o príncipe ficou "horrorizado" com as alegações. "Sua Alteza Real deplora a exploração de qualquer ser humano e a sugestão de que ele tolera, participa ou encoraja qualquer comportamento desse tipo é abominável", dizia a nota. O segundo filho da rainha está enfrentando uma onda de questionamentos sobre sua amizade com o bilionário desde a morte dele.

O empresário foi preso no dia 6 de julho, sob acusações de tráfico sexual envolvendo dezenas de meninas de até 14 anos. Quatro dias depois, foi encontrado morto em sua cela no Metropolitan Correctional Center, em Lower Manhattan. O resultado da autópsia concluiu que ele se enforcou.

Na audiência realizada nesta terça, além de expressar raiva e comoção, algumas mulheres que disseram terem sido abusadas por  Epstein lamentaram que o suicídio do bilionário as tenha privado da oportunidade de obter justiça.

Jeffrey Epstein era um dos bilionários mais bem relacionados dos EUA, visto com frequência ao lado de artistas, autoridades, como o ex-presidente Bill Clinton e o presidente Donald Trump, além de figuras da realeza europeia, como o príncipe Andrew.