Eleições EUA
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A ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley anunciou nesta quarta-feira que estava deixando a corrida pela Casa Branca, abrindo caminho para a indicação do ex-presidente Donald Trump — que acumulou vitórias em todo o país durante as primárias da Super Terça — como candidato republicano na disputa contra o presidente democrata Joe Biden em novembro. Em discurso, Haley agradeceu aos seus apoiadores e disse que o objetivo da sua candidatura era fazer com que "os americanos tivessem suas vozes ouvidas":

— Mesmo que não seja mais candidata, não vou parar de usar minha voz para as coisas em que acredito — afirmou Haley, elencando uma série de causas caras para ela, como o "imperativo moral" dos EUA de apoiar a Ucrânia, Israel e Taiwan, e limitar o "Congresso disfuncional", que "está cheio de seguidores, não de líderes".

Nikki Haley deixa corrida presidencial republicana

Nikki Haley deixa corrida presidencial republicana

Sobre Trump, Haley desejou o melhor ao adversário, mas indicou que, neste primeiro momento, não apoiará sua campanha, na contramão da tradição do partido.

— Eu sempre fui uma republicana conservadora e sempre apoiei o candidato republicano — disse, citando na sequência a ex-primeira-ministra do Reino Unido e ícone conservadora Margaret Thatcher. — Mas sobre esta questão [do apoio]... Margaret Thatcher deu um bom conselho quando disse "nunca apenas siga a multidão, sempre decida por si mesmo". Agora cabe a Trump conquistar os votos no nosso partido, principalmente de quem não o apoia. Eu espero que ele consiga isso.

Haley, que foi embaixadora dos Estados Unidos na ONU durante o governo Trump, foi a última adversária do ex-presidente a deixar a disputa após derrotas seguidas nas primárias, dominadas por ele desde o início: o magnata venceu em 14 dos 15 estados em jogo na Super Terça, o dia mais importante das prévias americanas, no qual mais de um terço dos delegados republicanos estavam em jogo. No apagar das luzes, ela conseguiu sua única vitória: Vermont, estado historicamente democrata, porém com um considerável eleitorado independente — com quem Haley costumava se sair melhor. A vantagem, no entanto, foi estreita: apenas 4 pontos percentuais.

No domingo, Haley chegou a vencer as primárias do partido em Washington D.C., até então sua primeira vitória na corrida pela indicação. Mas as duas vitórias lhe garantiram apenas 89 delegados, contra um saldo de 995 de Trump ao final da Super Terça, segundo dados do New York Times. São necessários no mínimo 1.215 delegados para garantir a nomeação republicana. Mesmo com a ex-governadora oficialmente fora da disputa, as prévias continuam normalmente até a Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee, Wisconsin, em 15 de julho.

Super Terça consolida favoritos — Foto: Arte/O Globo
Super Terça consolida favoritos — Foto: Arte/O Globo

Quem é Nikki Haley

Haley, de 52 anos, foi a única candidata que permaneceu na disputa mesmo diante do favoritismo claro de Trump. Com o apoio de doadores milionários, ela defendia que o país “não sobreviveria a mais quatro anos do caos de Trump”. A ex-governadora prometia restaurar alguma “normalidade” e pedia aos conservadores que escolhessem “uma nova geração de líderes”. Para ela, jogar a toalha seria “a saída mais fácil”.

Por meses, Haley tentou retratar Trump como caótico, envelhecido e mentalmente instável, incapaz de respeitar veteranos ou membros do serviço e relutante em ser fiel à Constituição. Ainda assim, ela não foi capaz de afrouxar suficientemente o controle do ex-presidente sobre o partido. Em vez disso, absorveu derrota após derrota, incluindo em seu próprio estado natal no final do mês passado.

Nas últimas semanas, a sequência de fracassos nas urnas fez com que ela perdesse o apoio de importantes financiadores da sua campanha, como a Ação dos Americanos pela Prosperidade, que investiu mais de US$ 32 milhões (quase R$ 160 milhões) desde novembro, segundo os registros da Comissão Eleitoral Federal. Os fundos foram usados principalmente para publicidade digital e para a campanha eleitoral nos estados.

Primeira mulher a governar a Carolina do Sul — e primeira não branca a ocupar o cargo —, Haley é filha de imigrantes indianos e foi a primeira pré-candidata republicana a se apresentar para concorrer à vaga do partido na disputa pela Casa Branca, em fevereiro do ano passado. Ela tentou se consolidar como uma opção de renovação dentro do partido, ao mesmo tempo em que buscou convencer o eleitorado geral de que estava preparada para ser a primeira mulher a presidir o país.

Donald Trump já afirmou, em sua rede social, que Haley “não desperta entusiasmo” e “não mobiliza multidões”. Desde o início das prévias, o magnata de 77 anos adotou como estratégia focar em Biden e minimizar seus problemas com a Justiça. Com a consolidação da disputa entre os dois após a Super Terça, o atual presidente é o único alvo do republicano.

Super Terça consagra Trump e Biden

Antes mesmo do fim da votação na Califórnia e no Alasca, Trump discursou em Palm Beach, na Flórida, e agradeceu a apoiadores pela "noite incrível". O ex-presidente ignorou Haley, não citando a adversária em nenhum momento, e voltou seus ataques a Joe Biden, responsabilizando o democrata por questões que vão dos conflitos na Ucrânia e em Gaza à imigração, já mirando em temas que prometem pautar a disputa até novembro e são vistos como gargalos do democrata.

— Nós assistirmos o país numa grande batalha nos últimos três anos, e ninguém pensou que algo assim seria possível. Não tínhamos a Rússia atacando a Ucrânia, não tínhamos Israel sendo atacado. — afirmou o republicano. — Ele [Joe Biden] é o pior presidente da História do nosso país.

Biden, por outro lado, preferiu não fazer um pronunciamento, mas emitiu um comunicado, no qual destacou alguns avanços de seu mandato, em especial na economia, e reforçou que o retorno de Trump apagaria todos seus feitos.

“[Os americanos] estão diante de uma escolha clara: se querem seguir avançando ou se permitirão a Donald Trump que nos arraste para o caos, a divisão, e a escuridão que marcou seu mandato”, disse no texto. “Há quatro anos, eu concorri por causa da ameaça existencial que Donald Trump apresentava aos EUA. [Trump] é movido por suas queixas e delitos, focado em sua própria vingança e revanches, não no povo americano.”

Sem nenhum competidor a altura nas primárias democratas, Biden venceu, como esperado, em todos os 15 estados que tiveram votações na noite de terça: Iowa, Virgínia, Carolina do Norte, Vermont, Oklahoma, Tennessee, Massachusetts, Maine, Arkansas, Alabama, Texas, Colorado, Minnesota, Utah e Califórnia. A única derrota foi no território da Samoa Americana, que apesar de alocar delegados para a Convenção Democrata, não tem o direito de escolher o presidente dos EUA.

Agora, a principal disputa do presidente até a Convenção Nacional Democrata em Chicago, em 19 de agosto, é contra si mesmo. Aos 81 anos, além de ser visto por muitos como muito velho para o cargo, Biden deverá enfrentar a mobilização crescente de eleitores contrários ao apoio do governo americano à ofensiva israelense em Gaza.

O voto de protesto visto nas primárias do Michigan na semana passada, onde mais de 100 mil pessoas a votaram na opção "não comprometido" (quando há apoio ao partido, mas não aos candidatos listados), se repetiu em alguns estados na Super Terça. Em Minnesota, um bastião democrata, o "não comprometido" recebeu 45 mil votos, 19% do total. Na Carolina do Norte, eles representaram 12% do total, mais de 88 mil votos. (Com agências internacionais).

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