Eleições EUA
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Por O Globo e agências internacionais — São Francisco

No Vale do Silício, terra dos bilionários da tecnologia, manifestações públicas de apoio ao ex-presidente dos EUA Donald Trump não eram comuns. No entanto, uma maré vermelha, capitaneada por figuras como Elon Musk, proprietário da rede social X (antigo Twitter), parece estar chegando a São Francisco, na Califórnia, um bastião democrata. Um dos sinais da mudança será o evento de arrecadação para a campanha do candidato republicano nesta quinta-feira, o primeiro após a sua condenação por fraude fiscal em Nova York, cujos ingressos estão sendo vendidos por até US$ 300 mil dólares.

— Ninguém está entusiasmado com Biden neste momento — afirmou David Sacks, um investidor influente, em seu popular podcast All In. — Há muitas pessoas que, na minha opinião, apoiam Trump.

Sacks é o organizador do evento desta quinta, que acontecerá em sua mansão. Planejada com o intuito de atrair apoiadores discretos do magnata com suas enormes contas bancárias, a cerimônia também provocou críticas na cidade.

Uma das manifestações de descontentamento da população, em sua maioria de esquerda, foi a instalação de uma galinha inflável de 10 metros de altura, com o penteado do ex-presidente e vestida com uniforme de presidiário.

Desde os anos 1980 um republicano não vence na Califórnia, que no passado chegou a ser considerado um estado vermelho, lar dos presidentes Ronald Reagan e Richard Nixon.

A lealdade ao Partido Democrata ainda é o mais comum entre os gigantes da tecnologia, mas há quem aposte que exista um número considerável de pessoas que prefira votar no republicano em novembro.

— Sei que haverá muitas pessoas [no setor de tecnologia] que apoiam Trump, mas não querem admitir isso — disse Sacks. — E acho que esse evento vai quebrar o gelo em relação a isso.

Os motivos para a mudança de inclinação são vários. Alguns se enxergam na figura do magnata, visto como um líder disruptivo, que pensa fora da caixa (e, por isso, pode ser incompreendido). Outros temem que o presidente Joe Biden aumente os impostos para superricos caso seja reeleito.

Há também a disputa pela regulamentação das Big Techs, que os democratas cobram regras mais rígidas sobre concorrência e privacidade do que os republicanos.

Chamath Palihapitiya, outro investidor do Vale do Silício e co-apresentador do programa “All In”, fez grandes doações para os democratas no passado, mas agora também tem expressado sua aprovação a Trump. Ele disse que “ambos os lados” o atraíram por diferentes motivos e que também gostaria de organizar um evento de arrecadação de fundos para Biden.

— Eu fiz uma doação para Bobby Kennedy. Fiz doações maciças para os democratas. E vou doar para Donald Trump — disse ele durante o episódio do podcast de 31 de maio, que foi ao ar logo após a condenação criminal de Trump. — E se houver uma oportunidade de doar para o presidente Biden e realmente entender onde ele está, eu doaria para ele também.

Biden também tem seus seguidores bilionários para recorrer, tanto da tecnologia quanto de Hollywood. Em maio, o bilionário Vinod Khosla, e a ex-CEO do Yahoo, Marissa Meyer, organizaram um evento de arrecadação de fundos para a sua campanha. No início do ano, o cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman, doou US$ 6 milhões ao comitê de apoio ao democrata.

No entanto, depois da condenação envolvendo o escândalo de suborno de uma ex-atriz pornô, as doações para a campanha de Trump explodiria — sinal da eficácia da sua retórica de perseguição política.

Momentos após o veredicto, outro investidor mega-rico do Vale do Silício, Shaun Maguire, da Sequoia, escreveu no X: “Acabei de doar US$ 300 mil para Trump”. No passado, ele já havia feito grandes doações aos democratas.

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