Eleições EUA
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Por , , e , Em The New York Times — Washington, D.C.

Sob o cerco dos colegas democratas, a campanha do presidente dos EUA, Joe Biden, tem discretamente testado a força da vice Kamala Harris contra o ex-presidente Donald Trump numa sondagem frente a frente com eleitores. A pesquisa, que está sendo conduzida nesta semana, foi encomendada pela equipe de análise de campanha do democrata. Esta é a primeira vez desde o debate que os assessores de Biden buscaram medir como a vice-presidente se sairia ao liderar a chapa.

As sondagens foram descritas por três pessoas com informações sobre o assunto – e que insistiram no anonimato devido à natureza sensível da informação. Eles não especificaram a razão pela qual a pesquisa está sendo conduzida ou o que a campanha planeja fazer com os resultados. A ação pode ser interpretada como uma tentativa de reunir informações para apresentar ao presidente a ideia de que seu caminho é limitado, ou para argumentar que Biden ainda é o mais forte de seu partido.

O esforço ocorre enquanto alguns assessores e conselheiros de longa data de Biden estão cada vez mais convencidos de que ele terá que desistir da campanha. Nos últimos dias, segundo revelado pelo New York Times nesta quinta-feira, esses aliados têm tentado encontrar maneiras de persuadir o democrata a abandonar a corrida eleitoral. Um número crescente de legisladores proeminentes pediu que Biden desistisse ou sugeriu que ele reconsiderasse seus planos.

Enquanto alguns dos principais assessores do presidente argumentam discretamente que Kamala não poderia vencer a eleição, doadores e outros apoiadores externos da vice-presidente acreditam que ela poderia estar numa posição mais forte após o debate, e que poderia ser uma comunicadora mais enérgica da mensagem do partido.

Num memorando direcionado à equipe interna do democrata, a presidente da campanha de Biden, Jennifer O’Malley Dillon, e a gerente de campanha, Julie Chavez Rodrigez, escreveram ontem sobre o “caminho à frente”: “Para além do que acreditamos ser um caminho claro para nós, também não há indicação de que qualquer outra pessoa superaria o presidente contra Trump”, escreveram.

“Pesquisas hipotéticas de candidatos alternativos sempre serão pouco confiáveis, e as pesquisas não levam em conta o ambiente negativo da mídia que qualquer candidato democrata enfrentará. O único candidato democrata para quem isso já está incorporado é o presidente Biden”, continuou o memorando, que também pareceu reconhecer a aparente erosão do apoio de Biden: “O movimento que vimos, embora real, não é uma mudança radical no estado da corrida”.

Democratas se preocupam

Legisladores, oficiais e doadores do partido disseram que acompanhariam de perto a entrevista coletiva que Biden concedeu nesta quinta-feira na cúpula da Otan em Washington. O presidente respondeu perguntas sobre sua saúde e o número crescente de congressistas do Partido Democrata que pedem sua substituição na disputa pela Casa Branca (eram 16 antes da conversa com jornalistas, mas subiu para 17 imediatamente após o evento terminar).

Antes da entrevista, Biden enviou alguns de seus principais assessores ao Capitólio para acalmar os senadores democratas. O senador Michael Bennet, do Colorado, previu que Biden perderá e prejudicará democratas nas eleições menores. E o senador Peter Welch, de Vermont, tornou-se o primeiro a pedir explicitamente a desistência do presidente democrata.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chega ao palco para foto com líderes da Otan durante cúpula da aliança militar em Washington — Foto: Doug Mills/The New York Times
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chega ao palco para foto com líderes da Otan durante cúpula da aliança militar em Washington — Foto: Doug Mills/The New York Times

Grande parte da atenção está voltada para o senador Chuck Schumer, de Nova York, líder da maioria, que disse publicamente que está “com Joe” – mas sinalizou em particular, segundo a Axios, que está aberto a uma chapa não liderada por Biden. Numa declaração fornecida após a publicação do artigo, Schumer disse: “Como deixei claro repetidamente, publicamente e em particular, apoio o presidente Biden e continuo comprometido em garantir que Trump seja derrotado em novembro”.

Uma pessoa que falou diretamente com Schumer no fim de semana passado – e que discutiu o assunto sob condição de anonimato para proteger o relacionamento – disse que o líder da maioria estava procurando uma maneira de encontrar um candidato diferente, ao mesmo tempo em que levava Biden em conta.

Até agora, grande parte do descontentamento foi expressa de maneiras igualmente privadas e vagas. A Democracy Alliance, rede de grandes doadores liberais, divulgou um memorando aos membros na manhã desta quinta-feira ressaltando seu compromisso de financiar corridas na Câmara num momento em que Pamela Shifman, presidente do grupo, enquadrou como “desafiador”. O documento não mencionou diretamente Biden, mas aludiu ao fato de que ele poderia perder a disputa.

“A Câmara é um baluarte contra o autoritarismo e nossa apólice de seguro contra o Projeto 2025”, escreveu Shifman, referindo-se aos amplos planos de políticas conservadoras dos aliados de Trump. “Não podemos ser pegos desprevenidos como fomos há oito anos. Após 2016, seria negligência não termos um plano em vigor caso o pior aconteça”.

Cenário incerto

A equipe do presidente se sentiu otimista no início da semana, após a forte pressão para silenciar seus críticos democratas – que incluiu uma carta aberta ao Congresso, uma ligação para um canal de notícias, uma aparição presidencial numa chamada com doadores e uma reunião com o Congressional Black Caucus. Qualquer progresso, porém, foi desfeito na quarta, quando a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que Biden ainda tinha uma decisão a tomar sobre concorrer ou não – quase uma semana após ele ter dito que permaneceria na disputa.

Pelosi transmitiu sua mensagem – insinuando que Biden poderia reconsiderar sua candidatura – no programa “Morning Joe”, da MSNBC, que Biden frequentemente assiste ao acordar. Foi o mesmo programa para o qual o presidente ligou na segunda-feira para uma entrevista onde declarou seu compromisso de concorrer. Pelosi, Schumer e o deputado Hakeem Jeffries, líder democrata na Câmara, são vistos como três das figuras mais influentes no debate sobre se Biden deve ou não desistir.

A questão do que poderia acontecer caso ele desista tem agitado o Partido Democrata e moldado a conversa sobre o que fazer. Muitos no partido duvidam da capacidade de Kamala de unir uma coalizão suficientemente ampla para derrotar Trump em novembro. Enquanto a campanha de Biden está repleta de assessores em pânico sobre a posição política do presidente, ele tem se mostrado tranquilo em discussões com doadores, culpando as “elites” do partido e da mídia pela ansiedade.

Desde o debate, o círculo mais íntimo de Biden se reduziu à sua família e a um grupo muito pequeno de seus assessores mais próximos, efetivamente isolando o presidente. Não está claro o quanto Biden foi informado sobre a queda de sua posição entre os democratas.

Kamala Harris enfrenta dilema

Kamala tem sido cuidadosa em demonstrar lealdade completa à candidatura de Biden. Mas apoiadores externos de sua candidatura têm, silenciosa e cuidadosamente, ventilado a ideia de que ela poderia ser uma concorrente mais forte contra Trump – com alguns até sugerindo possíveis companheiros de chapa para a vice-presidente.

Esta semana, estrategistas e doadores que a apoiam circularam uma apresentação de pesquisas avaliando sua força entre eleitores mais jovens e mostrando que dois em cada três eleitores democratas em estados decisivos apoiavam a ideia de tê-la como candidata em um cenário onde Biden desistisse. Alguns dos assessores de Biden, contudo, têm sido céticos em privado quanto à capacidade de Kamala de vencer a eleição.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, durante evento do Mês da História da Mulher na Casa Branca em Washington, em março de 202 — Foto: Doug Mills/The New York Times
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, durante evento do Mês da História da Mulher na Casa Branca em Washington, em março de 202 — Foto: Doug Mills/The New York Times

Logo após o debate, a presidente da campanha de Biden, O’Malley Dillon, e seu chefe de gabinete da Casa Branca, Jeff Zients, se reuniram com um grupo de republicanos anti-Trump em um hotel perto da Casa Branca. A reunião havia sido planejada semanas antes do debate, mas os dois se viram recebendo apelos para que Biden desistisse após seu fraco desempenho. Os assessores de Biden disseram que a conversa era inútil.

Quando alguns dos republicanos sugeriram que os democratas tinham várias outras opções entre os governadores do partido, O’Malley Dillon disse que as opções eram ou Biden ou, se ele desistisse, Kamala, indicando que a discussão era uma perda de tempo, segundo uma pessoa informada sobre o que foi dito. Kevin Munoz, porta-voz da campanha do democrata, disse: “Jen foi clara: a chapa de 2024 é o presidente Biden e a vice-presidente Kamala Harris”. Outra pessoa que foi informada sobre a reunião disse que a impressão que alguns tiveram foi que os assessores de Biden não achavam que Kamala se sairia melhor do que ele.

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