Eleições EUA
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Por O Globo

Menos de 24 horas depois do anúncio da saída do presidente Joe Biden da disputa pela reeleição, dezenas de políticos democratas — incluindo o próprio Biden — anunciaram o apoio à vice-presidente, Kamala Harris, para enfrentar Donald Trump em novembro. Ela ainda precisa ser oficializada pela sigla, um caminho que parece cada vez mais garantido, apesar do silêncio de algumas conhecidas lideranças.

Veja quem anunciou apoio à candidatura de Kamala Harris até agora, e de quantos delegados ela ainda precisa para ser confirmada na disputa.

Congressistas

Maioria no Senado e minoria na Câmara, ao todo 186 deputados e 41 senadores endossaram o nome de Kamala para representar o partido na eleição do dia 5 de novembro. A lista inclui medalhões, como a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, que no sábado havia defendido uma disputa aberta pela candidatura, mas que seguiu a maioria nesta segunda-feira, Elizabeth Warren, senadora que disputou as primárias de 2020 contra Biden, e Adam Schiff, que comandou o primeiro processo de impeachment de Trump.

Kamala também conseguiu o apoio de vários nomes da ala progressista: Alexandria Ocasio-Cortez, Ayanna Pressley e Ilhan Omar, integrantes do grupo chamado “The Squad” (“O Esquadrão”), a endossaram — em 2019, o então presidente Trump disse que as parlamentares deveriam “voltar a seus países de origem” e ajudar "a consertar os lugares totalmente falidos e infestados de crime". A exceção, por enquanto, é Rashida Tlaib, deputada de origem palestina e que tem feito críticas abertas ao apoio do governo Biden a Israel desde o início da guerra em Gaza. Até agora, ela não se pronunciou.

Entre os que não se pronunciaram sobre o apoio ou não a Kamala estão os líderes da maioria no Senado, Chuck Schumer, e da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, mas esses anúncios, segundo a imprensa americana, estão perto de acontecer. Lloyd Doggett, primeiro parlamentar a defender a desistência de Biden, também não endossou a vice-presidente.

Segundo a contagem mais recente, 10 parlamentares não falaram sobre a saída de Biden da disputa eleitoral e sobre o apoio a Kamala Harris: o único senador da lista é Robert Menendez, que na semana passada foi condenado por corrupção por um tribunal de Nova York, e que enfrenta forte pressão para que renuncie ao cargo.

Governadores

Os 23 governadores do Partido Democrata anunciaram apoio a Kamala Harris, incluindo alguns nomes que chegaram a ser cotados para disputar a Presidência em novembro. Gretchen Whitmer, do Michigan, Gavin Newsom, da Califórnia, e J.B. Pritzker, de Illinois, tentam se credenciar à vaga de vice, embora Whitmer tenha dito nesta segunda-feira que não pretende deixar o governo estadual.

Assim como Whitmer, Josh Shapiro, outro a endossar Kamala, comanda um estado chave na eleição: a Pensilvânia, onde Biden venceu em 2020, mas onde as pesquisas mostram um cenário bem mais complicado agora. Shapiro é apontado como um forte candidato a vice, ainda mais que venceu uma disputa difícil pelo governo local em 2020 contra Doug Mastriano, um republicano ligado a teorias da conspiração e que invadiu o Capitólio em janeiro de 2021.

Doadores

Nas semanas que antecederam a desistência de Joe Biden, doadores de peso do Partido Democrata anunciaram que suspenderiam os desembolsos caso o presidente continuasse na disputa — entre eles, Abigail Disney, herdeira do império do entretenimento. Mas o anúncio de domingo fez com que, nas palavras de Chris Korge, gestor de um fundo de campanha de Biden, “as comportas fossem abertas”, Em questão de horas, a plataforma ActBlue, voltada a pequenos doadores, contabilizou US$ 46,7 milhões em contribuições, apontando que o valor deve aumentar exponencialmente. Nesta segunda, a campanha anunciou um total de US$ 81 milhões em doações em 24 horas.

O sentimento é parecido entre os grandes doadores. Alexander Soros, presidente da Open Society e filho do bilionáiro George Soros, afirmou que “é hora de todos se unirem em torno de Kamala Harris e derrotar Donald Trump”. Reid Hoffman, co-fundador da plataforma LinkedIn, disse que ela é “a pessoa certa na hora certa”. Gideon Stein, presidente do Fundo Moriah e que havia suspendido os repasses enquanto Biden não desistisse, afirmou no domingo que voltaria a financiar a campanha. Abigail Disney também anunciou, nesta segunda-feira, que retomaria as doações.

Por outro lado, alguns ainda estão céticos. Reed Hastings, fundador da Netflix e que defendeu a saída de Biden, disse que é necessário escolher alguém de alguns dos estados decisivos. O investidor Vinod Khosla pediu que a escolha ocorra em uma convenção aberta, e que não haja “uma coroação”. John Morgan, ativista democrata que organiza eventos de arrecadação de fundos na Flórida, criticou a saída de Biden, afirmando à rede ABC que “se Trump pudesse escolher qualquer pessoa para ser seu rival, acho que a escolheria [Kamala]”.

Lideranças e figuras influentes

Figuras ainda importantes no Partido Democrata, o ex-presidente Bill Clinton e a ex-senadora e ex-rival de Trump em 2016, Hillary Clinton, endossaram Kamala Harris, afirmando que é necessário que “todos lutem com todas as forças para elegê-la”, e que “o futuro dos EUA depende disso”. Pete Buttigieg, secretário de Transportes de Biden e que foi candidato nas primárias de 2020, disse que ela é “a pessoa certa para carregar essa tocha” — Buttigieg também aparece em discussões sobre quem será o vice de Kamala.

O número mágico para Kamala

Os apoios de políticos, figuras públicas e doadores têm um grande peso para influenciar os delegados democratas, que de fato escolherão quem enfrentará Trump em novembro: logo depois das primárias da sigla, Biden garantiu o apoio de 3.896 dos 3.949, mas com sua desistência, eles foram liberados para escolher um novo nome antes da Convenção Nacional, no mês que vem. Segundo pesquisa da Associated Press, Kamala tem, até o momento, 2.538 delegados, mais do que os 1.976 necessários para a indicação.

A dúvida: Barack Obama

Acusado de ter agido nos bastidores para convencer Biden a desistir, o ex-presidente Barack Obama não apoiou Kamala, e não dá qualquer sinal de que pretenda fazê-lo tão cedo. Na mensagem em que louvou a decisão do presidente, Obama afirmou que “estaremos navegando em águas desconhecidas nos próximos dias”, ao mesmo tempo em que depositou confiança nas lideranças democratas. Segundo analistas, ele não quer passar a ideia de que a escolha de Kamala será uma “coroação”, seguindo uma estratégia adotada também em 2020, quando não apoiou Biden na disputa interna contra Bernie Sanders. Na época, disse que “não queria desequilibrar a balança”. (Com The New York Times)

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