Eleições EUA
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Por O Globo e agências internacionais — Washington

RESUMO

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GERADO EM: 23/07/2024 - 16:00

Conflitos políticos em destaque: Biden, Netanyahu e Kamala na corrida presidencial

Joe Biden fará um pronunciamento histórico na mesma data em que Netanyahu discursará no Congresso dos EUA. Enquanto Biden enfrenta pressões políticas, Netanyahu busca apoio em meio a críticas. Kamala Harris também se destaca na corrida presidencial. Trump e questões polêmicas envolvendo Israel e Gaza também são abordados.

Depois de confirmar a saída da campanha pela reeleição, o presidente dos EUA, Joe Biden, fará um discurso à nação nesta quarta-feira para, segundo a Casa Branca, “falar sobre o que está por vir” e sobre como ele “terminará o trabalho para o povo americano”. Apesar do pronunciamento já ser ventilado desde domingo, a escolha da data chamou a atenção: no mesmo dia, o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, dará um discurso no Congresso, já cercado de polêmica

Apesar dos motivos de Biden serem razoavelmente conhecidos, especialmente depois das semanas de pressão para que desistisse da reeleição, o discurso da quarta-feira é considerado histórico por analistas políticos americanos: o democrata é o primeiro presidente eleito desde Lyndon Johnson, em 1968, a não concorrer a mais um mandato.

Ao contrário de Johnson, que anunciou a decisão em um pronunciamento na TV, Biden comunicou os americanos em uma mensagem no X, na tarde de domingo, seguida por uma outra publicação endossando Kamala Harris à Presidência. Ele garante que cumprirá o mandato até o final, rejeitando, até o momento, questionamentos vindos do Partido Republicano (e até do Partido Democrata), para renunciar imediatamente.

“Todos que pedem a Joe Biden que ‘saia da corrida’ sem também pedir que ele renuncie à Presidência estão envolvidos em um nível absurdo de cinismo. Se você não pode concorrer, você não pode servir. Ele deveria renunciar agora”, escreveu no X, no sábado, o candidato a vice na chapa de Donald Trump, J.D. Vance.

Logo depois do anúncio da Casa Branca, foi impossível não notar que o pronunciamento foi marcado no mesmo dia, com uma diferença de poucas horas, em que um velho conhecido e hoje desafeto de Biden falará ao Congresso: o premier israelense Benjamin Netanyahu, que discursará no local pela quarta vez.

Com a guerra em Gaza se aproximando de seu décimo mês, sem qualquer perspectiva de um cessar-fogo duradouro, com chances cada vez menores de resgatar as dezenas de reféns ainda em poder do Hamas e diante de problemas políticos cada vez maiores, Netanyahu se volta a um velho aliado em busca de um apoio que ele sabe que (provavelmente) terá.

Na carta em que convidou o premier para discursar, o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, disse que ele teria no plenário um espaço para compartilhar “a visão do governo para defender a democracia, combater o terrorismo e estabelecer uma paz justa e duradoura na região”.

Posições em xeque

Entre os republicanos, a presença deve ser majoritária na Casa, mas entre os democratas a questão é um pouco mais complicada. Apesar de Israel ser um tema quase sempre consensual no Congresso, a guerra em Gaza fez com que muitos questionassem seu apoio às políticas de Netanyahu. Mesmo o governo Biden, que tem sofrido críticas pelo apoio militar aos israelenses, tem bloqueado o envio de algumas armas e incluiu lideranças de assentamentos na Cisjordânia, envolvidos com ataques a palestinos, em listas de sanções.

— Não vou ouvir o sr. Netanyahu — disse na sexta-feira o senador Bernie Sanders ao programa “Morning Joe” da MSNBC. — Acho que ele é um criminoso de guerra. Acho que ele nunca deveria ter sido convidado. E acho que é um problema real para a administração Biden, mas acima e além disso, Trump será pior — mesmo nessa questão.

No último discurso do premier no Congresso, em 2015, 60 parlamentares democratas boicotaram a fala. Agora, o número deve ser ainda maior, segundo analistas políticos. Mas alguns pesos pesados do partido devem estar no plenário: Chuck Schumer, líder da maioria no Senado, que chegou a pedir eleições gerais em Israel em março, disse ser necessário fortalecer a aliança bilateral.

— A visita e o discurso do primeiro-ministro dão ao Congresso a oportunidade de mostrar quão sério e bipartidário é o apoio ao nosso parceiro Israel e de demonstrar a nossa determinação pela paz e estabilidade no Oriente Médio — disse o deputado Greg Landsman ao site Inside Congress. — Se as pessoas quiserem assistir de casa, tudo bem.

Uma ausência confirmada é a da vice-presidente e agora virtual candidata democrata à Presidência, Kamala Harris. Ela deveria presidir a sessão, mas estará em um comício em Indianápolis no mesmo horário. A função caberá ao senador Ben Cardin, presidente da Comissão de Relações Exteriores, depois que a presidente pro tempore do Senado, Patty Murray, também disse que não comparecerá.

Alheio às críticas e divisões internas entre os democratas, Netanyahu chegou aos EUA na segunda-feira, em meio a um forte esquema de segurança na capital americana, onde há expectativa de grandes protestos contra ele.

Na quinta-feira, está prevista uma reunião com o presidente Biden na Casa Branca, que ficou em suspenso até o último minuto por causa do diagnóstico de Covid do democrata, na semana passada, e que não teve a pauta divulgada. Um dia depois, ele se encontrará com Donald Trump, em sua residência de Mar-a-Lago, na Florida, um anúncio feito pelo próprio ex-presidente em sua rede social, o Truth Social, já citando a rival nas urnas em novembro, Kamala Harris.

“Durante o meu primeiro mandato, tivemos paz e estabilidade na região, assinando até os históricos Acordos de Abraão”, disse Trump nesta terça-feira. “Tal como disse nas discussões com o presidente [da Ucrânia, Volodymyr] Zelensky e outros líderes mundiais nas últimas semanas, a minha agenda de PAZ ATRAVÉS DA FORÇA demonstrará ao mundo que estas guerras terríveis e mortais e conflitos violentos devem acabar. Milhões estão morrendo e Kamala Harris não é de forma alguma capaz de impedir isso.”

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