O atirador que tentou matar o ex-presidente dos EUA, Donald Trump teria feito uma pesquisa online sobre o assassinato do também ex-presidente americano John F. Keenedy, em 1963, como relatou o diretor do FBI, Christopher Wray. Segundo a autoridade, Thomas Crooks, de 20 anos, pesquisou “quão longe estava Oswald de Kennedy” no último dia 6.
Em uma análise feita em um computador vinculado ao atirador, os agentes encontraram uma busca feita por Crooks. No dia 6 de julho, ele teria procurado a informação "quão longe estava Oswald de Kennedy?", em referência a Lee Harvey Oswald, homem que atirou e matou Kennedy em Dallas, em 1963. Na época, determinaram que o assassino estava a 81 metros do de Kennedy quando atirou.
"Obviamente essa é uma busca significativa em termos de seu estado de espírito. Esse é o mesmo dia em que parece que ele se registrou para o comício de Butler", informou Wray, nesta quarta-feira.
O diretor do FBI fez a revelação ao Comitê Judiciário da Câmara nesta quarta-feira, durante um interrogatório dos legisladores sobre a investigação da tentativa de assassinato do ex-presidente e as enormes falhas de segurança. Ele ainda alegou que o FBI busca descobrir o motivo de Crooks realizar disparos pelo menos oito tiros durante o comício no sábado, 13 de julho.
Wray também relatou que os investigadores descobriram que Crooks tinha um drone que ele usou para inspecionar a cena horas antes do evento começar. O aparelho foi recuperado de seu carro estacionado nas proximidades. Ele voou o drone por volta das 16h da tarde sobre a área do comício. Trump subiu ao palco por volta das 18h, mais de duas horas depois. O FBI também recuperou três "dispositivos explosivos" em posse de Crooks.
Trump fica ferido em comício na Pensilvânia após disparos serem ouvidos
Trump foi ferido na orelha direita. Mais tarde, ele disse que sentiu a bala "rasgando a pele". Havia sangue no rosto de Trump enquanto os agentes de segurança o escoltaram para fora do evento.
Câmera corporal
Imagens de uma câmera corporal, capturadas logo após a tentativa de assassinato de Donald Trump, mostram agentes do Serviço Secreto e da polícia local perto do corpo sem vida do atirador. Um rastro de sangue pode ser visto próximo ao suspeito, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, que conseguiu atirar no ex-presidente de um telhado com vista para o comício na Pensilvânia, há 10 dias, após voar com um drone horas antes do evento.
Assista ao vídeo:
Câmera corporal de agentes mostra equipe de segurança ao lado do corpo do atirador de Trump
As novas imagens surgiram horas após a diretora do Serviço Secreto dos EUA, Kimberly Cheatle, renunciar devido a falhas de segurança em torno da tentativa de assassinato. O vídeo da câmera corporal, capturado pela equipe da Unidade de Serviços de Emergência do Condado de Butler, foi postado no X pelo gabinete do senador republicano Chuck Grassley.
Falha operacional
A diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, admitiu nesta segunda-feira que a tentativa de assassinato contra o ex-presidente Donald Trump durante um comício em Butler, na Pensilvânia, foi "a falha operacional mais significativa do Serviço Secreto em décadas”. A declaração foi feita durante seu depoimento ao Comitê de Supervisão da Câmara, que está analisando o caso no âmbito legislativo.
— Pensar no que deveríamos ter feito diferente nunca sai dos meus pensamentos — disse ela, afirmando que “moveria céus e terra” para garantir que um evento semelhante nunca mais aconteça e expressando condolências às vítimas.
A diretora, no entanto, se esquivou de alguns questionamentos mais técnicos, como por que não havia nenhum agente no telhado onde estava o atirador, que usou um fuzil semiautomático AR-15, e se o local estava ou não no perímetro de monitoramento da agência. Na semana passada, ela disse que havia três agentes da polícia local no prédio, mas a informação foi rebatida pelas demais forças de segurança que patrulhavam o comício.
— Ainda estamos analisando o processo de avanço e as decisões que foram tomadas — respondeu Cheatle. — O prédio estava fora do perímetro no dia da visita, mas, mais uma vez, essa é uma das coisas que, durante a investigação, queremos examinar.
Cheatle enfatizou a rápida ação dos agentes do Serviço Secreto para proteger Trump assim que os disparos foram ouvidos:
— Estou mais do que orgulhosa das ações tomadas pela equipe do ex-presidente, pela equipe de contra-atiradores que neutralizou o atirador e pela equipe tática que deu cobertura durante a evacuação — disse ela.