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GERADO EM: 15/08/2024 - 19:04

Trump ataca Kamala e Biden em coletiva visando recuperar terreno na economia.

Trump mantém retórica inflamada em coletiva atacando Kamala e Biden. Ao mirar em pontos fracos da democrata, busca recuperar terreno na economia. Com discurso similar a comícios, promete reduzir preços de energia e criticar políticas "comunistas". Estratégia republicana visa minar bom momento de Kamala, que lidera pesquisas. Lewandowski entra como assessor sênior, reforçando tom agressivo da campanha.

Na segunda entrevista coletiva em menos de uma semana, o ex-presidente Donald Trump desferiu ataques à economia dos EUA, acusando o governo do presidente, Joe Biden, e sua rival nas urnas em novembro, a vice-presidente, Kamala Harris, de criarem uma "catástrofe". Diante de um momento favorável à democrata, ele tem buscado as declarações à imprensa, discursos e qualquer tipo de exposição pública para se reposicionar na disputa e para passar uma imagem de "menos radical" do que o Trump de hábito. Nem sempre com sucesso.

Trump iniciou a coletiva afirmando que Kamala "destrói tudo que toca", a acusando de ser a responsável pela crise migratória na fronteira com o México, e pela "calamidade econômica" enfrentada pelos EUA, como ele definiu o estado das finanças da maior economia do mundo. Atrás do púlpito, duas mesas apresentavam produtos alimentícios de vários tipos, incluindo cereais matinais, carnes e laticínios, que serviam como um cenário para ele desfilar uma série de números sobre quanto os americanos passaram a gastar a mais nos últimos anos.

Segundo o republicano, Kamala Harris está propondo "controles de preços comunistas", que, segundo ele, levarão à falta de alimentos, dizendo que as políticas econômicas propostas pelos democratas são similares às de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e dos últimos anos da União Soviética.

— Estou muito bravo com ela... Acho que tenho direito a ataques pessoais. Não tenho muito respeito por ela. Não tenho muito respeito pela inteligência dela... ela realmente me chamou de esquisito — disse, deixando evidente o desconforto com o candidato a vice na chapa de Kamala, o governador de Minnesota, Tim Walz, que em julho chamou Trump e seu vice, J.D. Vance, de "simplesmente esquisitos".

Trump afirmou ainda que o governo de Joe Biden — a quem Trump tenta ligar Kamala — promoveu elevados aumentos de impostos, e disse que um sistema público e universal de saúde, como querem muitos dos democratas, seria uma política "comunista".

— Você não precisa imaginar o que seria uma presidência de Kamala Harris porque você está vivendo esse pesadelo agora — disse Trump.

Ele repetiu uma promessa, feita na véspera, de que reduziria os preços de energia "pela metade", e que rasgaria as políticas de transição para uma economia verde, o "Green New Deal" de Biden. Trump ainda questionou as usinas de energia eólica, o uso da energia solar e defendeu usinas que usam combustíveis fósseis, como as movidas por carvão, e nuclear.

O ex-presidente associou o que considera ser "desastre econômico" à chegada em massa de imigrantes, um calcanhar de aquiles da democrata, acusando o governo comandado pelos democratas de fornecer benefícios aos recém-chegados, e de fazer vista grossa à entrada de "criminosos" e "membros de gangues". Ao falar de de seus muitos problemas com a Justiça, acusou os tribunais de serem um sistema "desonesto", e que está sendo vítimas de promotores "desonestos".

— Eles querem me colocar na prisão, isso nunca aconteceu na História deste país, já aconteceu em países de terceiro mundo — declarou, antes de iniciar um ataque à ex-secretária de Estado Hillary Clinton, sua rival na eleição de 2016.

Apesar de nominalmente ser uma entrevista coletiva, o tom das declarações iniciais, que se estenderam por mais de meia hora, foi similar ao de seus comícios, e havia, além dos repórteres, um grupo de apoiadores que batia palmas a cada fala mais incisiva do ex-presidente.

Assessora coloca itens alimentícios em mesa antes de entrevista coletiva do ex-presidente dos EUA, Donald Trump — Foto: Adam Gray/Getty Images/AFP
Assessora coloca itens alimentícios em mesa antes de entrevista coletiva do ex-presidente dos EUA, Donald Trump — Foto: Adam Gray/Getty Images/AFP

Desde a entrada de Kamala Harris na campanha, há quase um mês, o grande desafio dos republicanos tem sido achar pontos frágeis para tentar minar o bom momento da democrata: a média das pesquisas elaborada pelo site RealClearPolling a mostra um ponto percentual à frente de Trump nas sondagens nacionais, e ela está revertendo a vantagem do ex-presidente nos chamados "estados -pêndulo", onde a eleição será de fato definida.

No Arizona, por exemplo, onde Trump chegou a abrir mais de seis pontos percentuais em relação a Biden, antes da desistência, a vantagem do republicano na média das pesquisas agora menor do que um ponto percentual. No Wisconsin, Kamala agora aparece na frente, assim como no Michigan, outro estado da chamada "Barreira Azul", onde historicamente os democratas têm um bom desempenho.

Mas para tirar pontos de Kamala, é necessário convencer os eleitores a votarem em Trump, especialmente aqueles que veem com receio seus arroubos autoritários e falas inflamadas em discursos sobre temas como os direitos reprodutivos das mulheres. E é essa uma das principais preocupações da campanha do republicano.

No discurso da quarta-feira, que deveria ser um contraponto às declarações que Kamala Harris fará sobre economia na sexta-feira, Trump discutiu os impactos que a inflação tem no bolso dos americanos, e tentou associar a alta dos preços, vista especialmente nos dois primeiros anos do governo Biden, à candidata democrata. Hoje, a taxa de inflação está abaixo de 3%, como demonstraram os números do Fed, o Banco Central americano, divulgados na quarta-feira, mas alguns gastos como habitação, ainda pressionam os orçamentos das famílias.

Trump prometeu que "o Sonho Americano voltará mais forte do que nunca", mas não disse como, e levou ao palanque na Carolina do Norte — estado onde ele começa a ver Kamala no retrovisor — planos pouco concisos, como o que usaria terras federais para construir moradias subsidiadas, a valores mais baixos, em locais onde há uma demanda maior do que a disponibilidade.

Na entrevista coletiva desta quinta-feira, ele usou uma sequência de indicadores, sem muito contexto, para tentar se manter no tema econômico, sugerindo que Kamala Harris adotará políticas "comunistas" caso seja eleita. Contudo, quase todos os números foram questionados por agências de checagem, como sobre a inflação: ele disse que, durante seu governo, não houve alta de preços, mas o índice acumulado entre 2017 e 2022 foi de 8%, segundo o Escritório de Estatísticas de Trabalho.

Como na quarta-feira, não disse como vai mudar a situação, segundo ele, "calamitosa" do país, e voltou a afirmar que os EUA (e o mundo) enfrentariam uma depressão similar à de 1929 caso Kamala seja eleita. Trump declarou que a vice-presidente é "incapaz" de comandar o país, e voltou a ironizar sua risada, segundo ele, "de uma pessoa maluca".

Ao atacar Tim Walz, o republicano o criticou por uma medida adotada em Minnesota, estado que ele governa, que determina que produtos de higiene feminina, como absorventes, sejam disponibilizados em banheiros de escola — para o ex-presidente e seus aliados, essa é uma medida que "incentiva" a transição de gênero de jovens. Até que ponto essas declarações vão afetar seus números, as próximas pesquisas devem mostrar em breve.

Horas antes de iniciar a coletiva, Trump anunciou Corey Lewandowski, coordenador inicial da campanha à Presidência em 2016, como seu assessor sênior para o atual ciclo eleitoral. Não se sabe o papel que ele terá na definição de estratégias até novembro, mas há 8 anos, um dos lemas de Lewandowski — que se envolveu em vários escândalos sexuais recentemente — era "Deixem Trump ser Trump".

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