Eleições EUA
PUBLICIDADE

Por O Globo e agências internacionais — Washington

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 29/08/2024 - 09:51

Estratégia de Kamala Harris gera polêmica entre republicanos

A campanha de Kamala Harris é criticada pelos republicanos por levar seu vice para a primeira grande entrevista, acusada de evitar o escrutínio. Apoiadores defendem a estratégia, citando precedentes. A entrevista conjunta visa rebater críticas e testar habilidades políticas antes do debate com Trump. O histórico de entrevistas da candidata é misto, com desafios em situações de alta pressão. Medo, estratégia e energia reforçada marcam a preparação da candidata democrata para as eleições.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota, Tim Walz, darão nesta quinta-feira sua primeira grande entrevista durante a campanha presidencial. A conversa com a jornalista da CNN Dana Bash, exibida a partir das 22h desta quinta-feira (no horário de Brasília), dará a Kamala a oportunidade de rebater as críticas de que ela tem evitado dar declarações em ambientes fora de controle — e oferecerá uma chance de testar sua habilidade política antes do próximo debate com o ex-presidente Donald Trump, previsto para 10 de setembro.

Mas, se por um lado ela cumpriu a promessa de que faria uma discussão aprofundada e substancial sobre sua candidatura com a imprensa (há três semanas, ela havia prometido conceder uma entrevista “até o final do mês”), por outro, a escolha de fazer isso pela primeira vez ao lado de Walz já tem alimentado críticas de que ela tem evitado o escrutínio que vem acompanhado de uma entrevista solo. À BBC, o ex-assistente especial do presidente George W. Bush (2001-2009) avaliou ser “extremamente fraco aparecer com seu companheiro de chapa”.

No início do mês, seu rival republicano na disputa, o ex-presidente Donald Trump, chegou a dizer que a democrata “não é inteligente o suficiente para fazer uma entrevista coletiva” e que “ela não faz entrevistas porque não consegue se sair melhor do que Biden”. No X, a conta Trump War Room escreveu esta semana, após o anúncio da CNN, que “Kamala reuniu coragem para dar uma entrevista conjunta depois de 39 dias se escondendo dos repórteres”.

“Não é coincidência que a primeira entrevista de Kamala esteja agendada para a noite de quinta-feira, antes do fim de semana do Dia do Trabalho. Eles já esperam que ela seja esquecida — e ainda nem foi ao ar. Kamala está claramente com medo de fazer uma entrevista sozinha, e será pré-gravada para que possam editar”, escreveu o Trump War Room no X.

Apoiadores da vice-presidente, no entanto, insistem que, dada a natureza sem precedentes de sua candidatura, iniciada após a saída repentina do presidente Joe Biden da corrida, ela está agindo com prudência. Peter Giangreco, o estrategista democrata de Chicago, disse que a sequência tem sido “correta”: “Ganhe a nomeação, escolha seu companheiro de chapa, apresente seu plano econômico, faça sua convenção e agora faça algumas entrevistas”, disse. Outro potencial benefício da entrevista conjunta, continuou, é evidenciar o contraste entre Walz e o vice de Trump, J.D. Vance, a quem o governador rotulou como “estranho”.

Retórica republicana

Entrevistas conjuntas durante o ano eleitoral são prática comum. Barack Obama e Joe Biden fizeram isso ao programa 60 Minutes após Biden ser selecionado como candidato a vice-presidente em 2008. Oito anos mais tarde, Hillary Clinton e seu companheiro de chapa, Tim Kaine, fizeram o mesmo. Em 2020, Kamala e Biden escolheram o programa 20/20 da ABC. E, menos de uma semana após Trump anunciar J.D. Vance como seu número dois na campanha, a dupla foi entrevistada conjuntamente na rede conservadora Fox News.

A diferença, contudo, é que esses outros candidatos também fizeram entrevistas solo. Kamala ainda não fez uma entrevista aprofundada desde que se tornou a principal representante do partido, embora tenha participado de várias conversas com a imprensa enquanto ainda era companheira de chapa de Biden. Após a saída do presidente democrata da disputa, impulsionada pela sua participação considerada desastrosa no debate contra Trump, Kamala limitou a maior parte de seu engajamento com a imprensa a ambientes roteirizados.

Isso tem alimentado a retórica republicana de que ela tem evitado qualquer oportunidade de ter seu histórico e agenda examinados de perto. Nesta quarta-feira, a governadora do Arkansas, Sarah Huckabee Sanders, ex-secretária de imprensa de Trump, sugeriu que Kamala precisava de uma “babá”, afirmando que é por isso que Walz estará presente. Ao programa Fox & Friends, ela disse que a campanha democrata “sabe que Kamala Harris não consegue passar por uma entrevista sozinha” e que “não há muita confiança em alguém” que quer ser presidente quando “não consegue nem mesmo sentar para uma entrevista”.

Trump, por sua vez, tem em grande parte se dirigido a meios de comunicação conservadores ao conceder entrevistas, embora tenha realizado mais entrevistas coletivas abertas nas últimas semanas, enquanto procurava recuperar os holofotes que a candidatura da vice-presidente havia tomado, publicou a Associated Press.

Energia reforçada

Kamala recebeu uma onda positiva desde que passou a encabeçar a chapa do Partido Democrata. Agora, ela lidera a maior parte das pesquisas nacionais e nos estados decisivos, e os sinais do entusiasmo por sua candidatura estão por toda parte. Para Chip Felkel, estrategista republicano e crítico de Trump, ela precisa “reforçar” essa energia, expondo-se e mostrando que “consegue pensar sob pressão, porque isso é parte do que o presidente precisa fazer”, declarou à BBC.

O impacto real da entrevista desta quinta-feira, porém, só será conhecido após ela ter sido realizada, já que o histórico de Kamala com entrevistas de alta pressão é misto. Uma conversa em 2021 com o jornalista Lester Holt da NBC, na qual ela gaguejou ao responder perguntas sobre seu papel na política de fronteiras do governo, foi amplamente considerada um fracasso. Em uma aparição mais recente, contudo, quando defendeu o desempenho de Biden no debate, ela parecia calma e confiante.

— Eles só precisam ser capazes de dizer ‘Viu, nós dissemos a vocês’. E então seguir em frente — disse Felkel, o estrategista republicano.

Ao jornal americano The Hill, a campanha de Kamala Harris comentou as críticas que a democrata tem recebido. “Pelo menos nos últimos 20 anos, todas as chapas, republicana e democrata, concederam uma entrevista conjunta. A única exceção foi quando Donald Trump abandonou sua entrevista conjunta há quatro anos porque não conseguiu lidar com o fato de a jornalista responsabilizá-lo por seu histórico extremista e impopular”, escreveu a porta-voz da campanha de Kamala, Leuren Hitt, fazendo referência à entrevista do republicano em 2020 com Lesley Stahl e o vice-presidente Mike Pence.

Mais recente Próxima 'Swifties por Kamala': Fãs de Taylor Swift abraçam campanha e arrecadam milhares de dólares em prol de candidata democrata
Mais do Globo

Trabalhador de 28 anos tentava salvar máquinas da empresa e foi engolido pelo fogo

Brasileiro morre carbonizado em incêndio florestal em Portugal

Marçal prestou depoimento nesta segunda-feira (16) sobre o episódio

Novo vídeo: ângulo aberto divulgado pela TV Cultura mostra que Datena tentou dar segunda cadeirada em Marçal

Polícia Civil deve cumprir mandados de prisão contra os suspeitos ainda esta semana

Incêndios florestais no RJ: 20 pessoas são suspeitas de provocar queimadas no estado

Além de estimativas frustradas, ministro diz que comunicação do BC americano levou analistas a vislumbrar possibilidade de subida na taxa básica americana

Haddad vê descompasso nas expectativas sobre decisões dos BCs globais em torno dos juros

Ministro diz que estes gastos fora do Orçamento não representariam violação às regras

Haddad: Crédito extraordinário para enfrentar eventos climáticos não enfraquece arcabouço fiscal

Presidente irá se reunir com chefes do STF e Congresso Nacional para tratar sobre incêndios

Lula prepara pacote de medidas para responder a queimadas

Birmingham e Wrexham estão empatados na liderança da competição

'Clássico de Hollywood': time de Tom Brady vence clube de Ryan Reynolds pela terceira divisão inglesa

Projeto mantém medida integralmente em 2024 e prevê reoneração a partir de 2025

Lula sanciona projeto de desoneração da folha de pagamento de setores intensivos em mão de obra

Empresas de combustível foram investigadas pelo Ministério Público por esquema de fraudes fiscais

Copape e Aster pedem recuperação judicial para tentar reverter cassação de licenças pela ANP