A 67 dias da eleição que definirá quem comandará os Estados Unidos pelos próximos quatro anos, novas rodadas de pesquisas mostram um cenário indefinido entre a candidata democrata, Kamala Harris, e o republicano, Donald Trump, tanto no contexto nacional quanto nos estados-pêndulo, que não votam tradicionalmente em nenhum partido e, por isso, devem definir a disputa em 5 de novembro. E, a partir de agora, o leitor do GLOBO terá uma nova ferramenta para acompanhar essa corrida voto a voto rumo à Casa Branca.
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Na pesquisa nacional realizada pela agência Reuters, em parceria com o instituto Ipsos, publicada na quinta-feira, Kamala aparece com 45%, contra 41% de Donald Trump. Em comparação com a sondagem anterior, de julho, a democrata avançou um ponto percentual e ganhou terreno entre as mulheres e entre os eleitores hispânicos, 49% a 36%, e também reduziu em sete pontos percentuais a vantagem de Trump entre os eleitores sem diploma universitário.
Os números da Reuters/Ipsos revelam o entusiasmo dos apoiadores, dos dois lados, com as candidaturas: 73% dos democratas dizem ter ficado mais animados com a eleição após a entrada de Kamala na disputa, após a desistência do presidente, Joe Biden, em julho. 52% dos entrevistados dizem que o principal motivo do voto em Kamala é a vice-presidente — em março, 61% dos que diziam votar em Biden afirmavam que o fariam principalmente para impedir a vitória de Trump.
Entre os republicanos, 64% dizem que votarão no ex-presidente motivados principalmente por sua figura, seu passado e suas ideias, número similar ao de março. Ao todo, foram ouvidos 4.253 adultos, sendo que 3.562 eleitores registrados — o voto nos EUA não é obrigatório. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Outra pesquisa, realizada pela Universidade Quinnipiac, traz Kamala Harris com 49% e Donald Trump com 47% no cenário nacional. A sondagem foi a primeira após a desistência do candidato independente Robert Kennedy Jr., na sexta-feira passada, e seu anúncio de apoio a Trump. Além dos nomes dos dois principais partidos, a Quinnipiac revelou que Jill Stein, do Partido Verde, e Chase Oliver, do Partido Libertário, tiveram 1% de intenção de votos cada.
A pesquisa ainda traz um retrato de como os eleitores veem os candidatos: 47% dos entrevistados têm uma imagem favorável de Kamala Harris, um ponto percentual a mais do que o obtido por Trump (46%). Já 52% dos entrevistados dizem que o republicano tem uma imagem desfavorável (52%), um pouco acima de Kamala (47%). Entre os candidatos a vice, Tim Walz, companheiro de chapa de Kamala, tem 40% de menções favoráveis, enquanto o vice republicano, J.D. Vance, apenas 34%. Foram ouvidos 1.611 eleitores prováveis, e a margem de erro é de 2,4 pontos percentuais.
Sobre os estados-pêndulo, que não têm uma tendência histórica recente que favoreçam um dos dois partidos, o site The Hill, em parceria com o Emerson College, publicou cenários atualizados das disputas, confirmando o que analistas dizem desde a entrada de Kamala Harris na disputa: essa será, mais uma vez, uma eleição decidida voto a voto.
Trump lidera no Arizona (50% x 47%), na Carolina do Norte (49% x 48%) e no Wisconsin, estado que recebeu a Convenção Nacional Republicana, em julho, e onde, desde 2008, quem vence ali conquista a Casa Branca. Já Kamala Harris aparece na frente na Geórgia (49% x 48%), crucial para a vitória de Biden em 2020, no Michigan (50% x 47%) e em Nevada (49% x 48%). Na Pensilvânia, os dois estão empatados com 49% das intenções de voto.
A pesquisa mostra Kamala em vantagem entre os independentes, com exceção de Nevada, entre as mulheres, com exceção do Arizona, e entre os eleitores com menos de 30 anos. Trump tem liderança folgada entre os homens. Foram ouvidos 6.063 eleitores nos sete estados, e a margem de erro varia entre 2,8 e 3,6 pontos percentuais.
Em meio a tantas pesquisas e para ajudar o leitor a entender o real estado da disputa pela Casa Branca, o GLOBO lança nesta sexta-feira o Tracker, o agregador de pesquisas nacionais — que medem a temperatura do eleitorado americano — e dos sete estados decisivos, onde a eleição será de fato vencida ou perdida.
O projeto mostra a evolução da média das sondagens desde o anúncio da desistência de Joe Biden, no dia 21 de julho, e como eventos cruciais, como as Convenções Nacionais e os debates entre os candidatos à Presidência e à Vice-Presidência, pesarão na hora do voto.